quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Retrospectiva 2008

Final de ano é época de retrospectiva, de analisar o que fizemos de certo e errado no ano que passou. O que fizemos e deu bons resultados procuramos melhorar ainda mais e também tentamos corrigir os erros.

Não vou falar da análise pessoal, cada um deve fazer a sua em seu íntimo, mas o blog precisa de alguns ajustes. Para 2009 as promessas são:

  • mais consistência, com postagens diárias
  • mais organização para facilitar a leitura e a busca de artigos
  • mais interação com o leitor
Pretendo também para 2009 encontrar um colaborador para o blog, alguém que tope escrever sobre o espiritismo e que queira dividir o espaço comigo. Podem ser artigos semanais, o importante é trazer a doutrina espírita para os leitores.

No final de 2009 vamos analisar o que foi cumprido.

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terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Conto de Natal

Sem dizer uma palavra, o homem deixou a estrada andou alguns metros no pasto e se deteve um instante diante da cerca de arame farpado. A mulher seguiu-o sem compreender, puxando pela mão o menino de seis anos.

— Que é?

O homem apontou uma árvore do outro lado da cerca. Curvou-se, afastou dois fios de arame e passou. O menino preferiu passar deitado, mas uma ponta de arame o segurou pela camisa. O pai agachou-se zangado:

— Porcaria...

Tirou o espinho de arame da camisinha de algodão e o moleque escorregou para o outro lado. Agora era preciso passar a mulher. O homem olhou-a um momento do outro lado da cerca e procurou depois com os olhos um lugar em que houvesse um arame arrebentado ou dois fios mais afastados.

— Péra aí...

Andou para um lado e outro e afinal chamou a mulher. Ela foi devagar, o suor correndo pela cara mulata, os passos lerdos sob a enorme barriga de 8 ou 9 meses.

— Vamos ver aqui...

Com esforço ele afrouxou o arame do meio e puxou-o para cima.

Com o dedo grande do pé fez descer bastante o de baixo.

Ela curvou-se e fez um esforço para erguer a perna direita e passá-la para o outro lado da cerca. Mas caiu sentada num torrão de cupim!

— Mulher!

Passando os braços para o outro lado da cerca o homem ajudou-a a levantar-se. Depois passou a mão pela testa e pelo cabelo empapado de suor.

— Péra aí...

Arranjou afinal um lugar melhor, e a mulher passou de quatro, com dificuldade. Caminharam até a árvore, a única que havia no pasto, e sentaram-se no chão, à sombra, calados.

O sol ardia sobre o pasto maltratado e secava os lameirões da estrada torta. O calor abafava, e não havia nem um sopro de brisa para mexer uma folha.

De tardinha seguiram caminho, e ele calculou que deviam faltar umas duas léguas e meia para a fazenda da Boa Vista quando ela disse que não agüentava mais andar. E pensou em voltar até o sítio de «seu» Anacleto.

— Não...

Ficaram parados os três, sem saber o que fazer, quando começaram a cair uns pingos grossos de chuva. O menino choramingava.

— Eh, mulher...

Ela não podia andar e passava a mão pela barriga enorme. Ouviram então o guincho de um carro de bois.

— Oh, graças a Deus...

Às 7 horas da noite, chegaram com os trapos encharcados de chuva a uma fazendinha. O temporal pegou-os na estrada e entre os trovões e relâmpagos a mulher dava gritos de dor.

— Vai ser hoje, Faustino, Deus me acuda, vai ser hoje.

O carreiro morava numa casinha de sapé, do outro lado da várzea. A casa do fazendeiro estava fechada, pois o capitão tinha ido para a cidade há dois dias.

— Eu acho que o jeito...

O carreiro apontou a estrebaria. A pequena família se arranjou lá de qualquer jeito junto de uma vaca e um burro.

No dia seguinte de manhã o carreiro voltou. Disse que tinha ido pedir uma ajuda de noite na casa de “siá” Tomásia, mas “siá” Tomásia tinha ido à festa na Fazenda de Santo Antônio. E ele não tinha nem querosene para uma lamparina, mesmo se tivesse não sabia ajudar nada. Trazia quatro broas velhas e uma lata com café.

Faustino agradeceu a boa-vontade. O menino tinha nascido. O carreiro deu uma espiada, mas não se via nem a cara do bichinho que estava embrulhado nuns trapos sobre um monte de capim cortado, ao lado da mãe adormecida.

— Eu de lá ouvi os gritos. Ô Natal desgraçado!

— Natal?

Com a pergunta de Faustino a mulher acordou.

— Olhe, mulher, hoje é dia de Natal. Eu nem me lembrava...

Ela fez um sinal com a cabeça: sabia. Faustino de repente riu. Há muitos dias não ria, desde que tivera a questão com o Coronel Desidério que acabara mandando embora ele e mais dois colonos. Riu muito, mostrando os dentes pretos de fumo:

— Eh, mulher, então “vâmo” botar o nome de Jesus Cristo!

A mulher não achou graça. Fez uma careta e penosamente voltou a cabeça para um lado, cerrando os olhos. O menino de seis anos tentava comer a broa dura e estava mexendo no embrulho de trapos:

— Eh, pai, vem vê...

— Uai! Péra aí...

O menino Jesus Cristo estava morto.

(Rubem Braga)


Texto extraído do livro "Nós e o Natal", Artes Gráficas Gomes de Souza - Rio de Janeiro, 1964, pág. 39.

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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Comemoração do Natal

Interessante a colocação do artigo sobre a desvinculação do sentido do Natal, comemorado com lautos banquetes e o consumismo, esquecendo-se do principal. O espírito de natal deveria nos compelir a ajudar aos semelhantes e seguir o exemplo daquele cujo nascimento comemoramos nessa data.

A data deveria nos fazer refletir, pois Cristo levou uma vida modesta, sem luxos nem conforto, voltada para ajudar e ensinar ao próximo e por fim deu sua vida por nós. Ao contrário, a data acaba sendo dedicada ao consumismo e à ostentação, fazem lautos banquetes mas esquecem-se de convidar o aniversariante.

Leia mais em Comemoração espírita do natal

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domingo, 28 de dezembro de 2008

Papai Noel existe

Na noite de natal o Grupo espírita Allan Kardec de Taubaté doou brinquedos e alimentos. Perfeita a iniciativa, exemplo a ser seguido. Papai Noel existe.

Leia mais no Diário de Taubaté - Grupo espírita doa alimentos e brinquedos a famílias carentes

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sábado, 27 de dezembro de 2008

Corrupção e o espiritismo

Interessante o artigo Corrupção - a grande ilusão, analisando assuntos atuais à luz do espiritismo. Leia e tire suas conclusões.

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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Mensagem de natal

Feliz Natal a todos os leitores e visitantes do blog!


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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Uma história para fazer você pensar

Essa eu recebi por email, mas achei tão boa que resolvi postar aqui, acho que se encaixa perfeitamente ao tipo de postagens do blog:

Uma história para fazer você refletir

Ao meio dia, um pobre velho entrava no templo e, poucos minutos depois, saía. Um dia, o sacristão perguntou-lhe o que vinha fazer, pois havia objetos de valor no templo.

- Venho orar, respondeu o velho.

- Mas é estranho que você consiga orar tão depressa, disse o sacristão.

- "Bem - retrucou o velho -, eu não sei recitar aquelas orações compridas. Mas, diariamente, ao meio dia eu entro neste templo só falo: "Oi Jesus, é o Zé". Em um minuto, já estou de saída. É só uma oraçãozinha, mas tenho certeza que ele me ouve.

Alguns dias depois o Zé sofreu um acidente e foi internado num hospital. Na enfermaria, passou a exercer uma grande influência sobre todos. Os doentes mais tristes se tornaram alegres, e muitas pessoas arrasadas passaram a ser ouvidas.

Disse-lhe um dia a irmã:

- "Os outros doentes falam que foi você quem mudou tudo aqui na enfermaria. Eles dizem que você está sempre tão alegre..."

- "É verdade, irmã, estou sempre alegre. É por causa daquela visita que recebo todo dia, me trazendo felicidade" - disse o homem.

A irmã ficou atônita. Já notara que a cadeira encostada na cama do Zé estava sempre vazia. Ele era um velho solitário.

- "Que visita? A que horas?"

Diariamente, ao meio-dia, respondeu o Zé, com um brilho nos olhos. Ele vem, fica ao pé da cama. Quando olho para ele, sorri e diz:

- "Oi Zé, é o Jesus."


Não importa o tamanho da oração e sim a comunhão que através dela temos com `Deus´.


(Autor Desconhecido)

Essa me fez pensar bastante, sobre a validade de se recitar orações puramente decoradas só porque se acha na obrigação de fazê-lo. Muitas vezes a sinceridade de querer apenas "falar" com Deus, dizer o que está em sua alma e em seu coração tem muito mais valor.

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Gêmeos siameses e o espiritismo

Achei um artigo muito interessante sobre o assunto: "Gêmeos siameses e o espiritismo", que analisa a ocorrência de gêmeos siameses à luz da ciência e à luz do espiritismo. Vale a pena conferir.

Será que os casos de gêmeos unidos por partes do corpo físico têm relação com grandes conflitos de dois espíritos ao longo das reencarnações?

Leia mais no site Humildes com Jesus - Gêmeos siameses e o espiritismo.

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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Libertando as amarras

(Essa postagem é uma continuação dos posts
Nosso destino está traçado
Um sentido novo à vida
De encontro ao meu destino
Nas entrelinhas
portanto leia primeiro os outros para entender a história)

Foi muito difícil explicar ao rapaz o que tinha acontecido durante as semanas que ele estivera em coma. No fundo eu me sentia "culpada", quase como uma traidora, mas depois eu dizia a mim mesma que nem sequer o conhecia. Eu agira exatamente como o combinado, e se as coisas tomaram o rumo que tomaram não foi culpa de ninguém, simplesmente é porque era assim que tinha que acontecer.

Também foi duro despedir-me de meus filhos, mas 4 já eram adultos e tinham suas vidas já ajeitadas, o caçula ficaria a cargo de meu ex-marido. Sair da escola onde eu dera aulas por 10 anos também não foi fácil, mas quem disse que é fácil recomeçar? É impossível fazer uma omelete sem quebrar os ovos, e se eu queria viver o amor de minha vida ao lado de minha alma gêmea tinha que abrir mão de muita coisa. E essas pessoas todas, tão caras para mim, tinham suas vidas para viver e ficar à sua sombra não era suficiente para me fazer feliz. Fui então em busca de minha felicidade.

No início a adaptação não foi fácil, era o ambiente novo da escola, uma nova visão do meu trabalho que hoje me estimula, mas que na época foi uma causa a mais de stress. E eu ficava pensando se conseguiria vencer mais essa. Marques sempre ao meu lado me dizendo que reconheceriam meu valor e se acostumariam à minha forma de trabalhar. Minha comadre não queria outra nora e fazia pressão para que o namoro acabasse, até a ex dele começou a dar trabalho, fazendo chantagem sentimental com o filho pequeno e me passando trotes no celular.

Havia momentos em que eu achava que tinha feito uma grande bobagem e que teria sido melhor ter ficado onde eu estava, curtindo um relacionamento à distância pela internet, sem grandes alegrias mas também sem ter que me adaptar, aprender, vencer novas batalhas. Mas logo em seguida percebia que aos poucos as coisas iam tomando forma, meu trabalho era reconhecido, alunos e colegas passaram a me respeitar.

A ex de Marques arranjou um namorado, minha comadre conformou-se em ter uma nova nora, as coisas começaram a entrar nos eixos e comecei a curtir minha vida nova. Namorar era quase uma experiência nova depois de tanto tempo, tanto para mim quanto para ele.

Em maio de 2007 eu e Marques nos unimos e assim que meu divórcio saiu nos casamos. Após 1 ano e 7 meses de união estamos na maior felicidade. Nunca discutimos nem brigamos e os momentos que passamos juntos são os melhores de nosso dia.

Meu caçula veio morar conosco e dois dos adultos vieram morar aqui também. Aos poucos aceitaram minha nova vida e meu novo marido. Hoje vejo que se não tivesse vindo a São Paulo conhecer alguém que jamais apareceu nada disso teria acontecido. Da forma mais imprevisível, com voltas e reviravoltas, acabei encontrando tudo o que vim procurar. Na verdade, encontrei muito mais do que julguei possível e estou feliz ao lado da minha cara metade.

Acho que todos os que têm a coragem de ir atrás do que procuram e que não têm medo das mudanças são recompensados. Quando as oportunidades surgem em nossa vida temos que aproveitá-las porque pode ser que o que você mais quer esteja logo ali, depois da curva do caminho. Basta você seguir em frente que o encontrará.

Essa história pode parecer meio maluca mas imagino que só aconteceu porque nos permitimos ser guiados por nossa voz interior, que nos dizia os próximos passos a serem dados para a concretização de nosso destino. Não foi fácil chegar até aqui mas tudo o que vivemos compensou pela vida que temos agora. É como se diz: Deus escreve certo por linhas tortas.


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Nas entrelinhas

(Esta postagem é uma continuação dos posts:
Nosso destino está traçado
Um sentido novo à vida
De encontro ao meu destino
portanto leia antes as postagens anteriores para entender a história desde o início.)

Da viagem até a casa de minha comadre lembro pouca coisa, apenas paisagens estranhas turvadas por lágrimas, rostos desconhecidos olhando-me com curiosidade, pensamentos desconexos cruzando-me a mente em átimos de segundos. Quando finalmente desci do ônibus em frente à casa dela foi como se um século ou uma vida inteira tivessem passado. Eu trazia nos ombros o peso de sonhos despedaçados, castelos desfeitos, amores inacabados.

Do outro lado da rua vi um homem parar e me acenar para que eu atravessasse e reconheci nele o filho de minha comadre. Entreguei minha vida àquele gesto e fui de encontro a ele sem olhar para os lados. Não sabia disso no momento mas enquanto atravessava, minha verdadeira história começava.

Eu já o conhecia há anos mas de pouca coisa me lembrava. Ele sabia apenas que eu era a comadre de sua mãe e que muitos anos antes eu fora objeto de seu desejo. Disso eu não sabia.

Na casa de minha comadre consegui um pouco de paz e os poucos dias que passei lá modificaram meu destino para sempre. Já no segundo dia eu e Marques (o filho dela) conversávamos como se fôssemos amigos de infância. Laços fortes e intrigantes nos uniram desde o primeiro dia e eu me perguntava como poderia me sentir tão próxima de quem mal conhecia.

Mas lá dentro algo me contradizia. Era como se eu já o conhecesse há muito tempo, quando meus olhos mergulhavam nos seus eu sentia uma familiaridade estranha e ele sentia o mesmo. Em três dias já éramos inseparáveis. Nossos papos se arrastavam pelo dia e pela tarde afora e depois pela noite adentro.

A idéia de mudar-me para Diadema instalou-se em minha mente, e a despeito de minha comadre achá-la absurda assim que pensei nisso as coisas deram tão certo que só me faltava dizer "estava escrito".

Depois de uma semana em Diadema voltei para Pacaembu e por 40 dias as notícias do outro rapaz eram as mesmas. Estava em coma. E enquanto ele dormia eu e Marques nos falávamos por telefone e celular quase todo dia, e a amizade virou paixão. Decidi vir a Diadema visitá-lo, aproveitando que teria uma entrevista de emprego em uma escola daqui. A entrevista deu super certo e revê-lo só fez crescer em mim a certeza de que fazia a coisa certa.

Estávamos contando os dias que faltavam para que eu me mudasse para Diadema e que pudéssemos viver nossa paixão. Aos poucos eu mais e mais me convencia de que ele era o homem por quem eu havia esperado durante toda a minha vida. Menos de um mês para a concretização do sonho de uma vida inteira e quando eu já nem esperava, aconteceu: o rapaz que me dera o bolo acordou do coma e entrou em contato comigo.

Essa postagem continua em: Libertando as amarras
(Zailda Coirano)



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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

De encontro ao meu destino

(Esse texto é a continuação das postagens:
Nosso destino está traçado
Um sentido novo à vida
portanto sugiro que as leia primeiro para entender a história)

Cheguei a São Paulo 2 horas mais cedo do que o esperado, mas mesmo assim fui para o local combinado e me preparei para uma longa espera. Dentro de mim algo dizia que a espera seria longa, talvez eterna. As horas se passaram e eu imaginava-o chegando, mas nada acontecia. As pessoas iam e vinham, indiferentes ao drama que eu vivia.

Depois de passar horas esperando dei-me conta do óbvio: ele não viria. E também percebi que viera a São Paulo com uma única idéia na cabeça, caso não desse certo não sabia o que ia fazer. Estava na maior cidade da América do Sul e não fazia idéia para onde ir.

Decididamente não pretendia voltar para minha cidade derrotada e de mãos vazias, tampouco queria ir para a casa de parentes que moravam aqui e que já estavam cientes da história. O que eu menos queria era ouvir sermões ou perguntas. Eu mesma estava cheia de perguntas sem resposta e não me sentia capaz de encontrar respostas para as perguntas de outras pessoas. Decidi então ir para a casa de minha comadre.

Ela é a madrinha de minhas 2 filhas mais velhas e desde que eu me mudara de Diadema, em 1985, essa seria minha primeira visita à casa dela. Ela sempre ia me visitar e essa seria a oportunidade de retribuir suas visita. Lá eu também me sentiria em "território neutro", sensação mais que bem-vinda nesse momento delicado.

Com as mãos trêmulas liguei para a casa de minha comadre e do outro lado uma voz masculina respondeu. Era o filho dela, Marques, de quem eu vagamente me lembrava da época que morara em Diadema, quando ele era pouco mais que um garoto. Minha comadre sempre falava dele quando ia à minha casa mas eu não dava muita atenção.

Conversei com minha comadre e ela concordou que eu fosse para lá. Eu estava ainda dentro do ônibus quando meu celular recebeu uma mensagem. Era do rapaz que me dera o bolo. Meu coração disparou e foi com mãos trêmulas que abri a mensagem:

"Aqui é o irmão de ... Há 2 dias ele teve um derrame. Coma profundo. Estado desesperador. Só saberemos se sobreviverá nas próximas 72 horas"

As lágrimas vieram a meus olhos e começaram a rolar sem que eu as sentisse. De repente eu não via mais nada. Uma angústia profunda me rasgou toda por dentro.

(Esta postagem continua em Nas entrelinhas)


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Um sentido novo à vida

(Essa postagem é continuação de "Nosso destino está traçado", se você não a leu, leia antes de ler essa aqui)

Comecei a conversar todas as noites com o rapaz que tão formalmente iniciara essa amizade. Eu ouvi seus problemas, de seu namoro desfeito, de sua solidão, e depois fui também falando dos meus, de meus relacionamentos terminados e minha firme determinação de ficar enfiada em casa até o último de meus dias.

A amizade crescia, às vezes nos emocionávamos com nossas histórias, mas mais freqüentemente ríamos de nossas piadas particulares. Ele gostava de meu humor ácido, eu de seus trocadilhos e sua rapidez de raciocínio. Em um mês éramos amigos íntimos e nossa conversa antes de dormir era a melhor parte de meu dia.

As conversas se espichavam, compridas, a cada dia eu passava mais tempo na frente do computador, chegando ao record de 17 horas seguidas num sábado. Se perguntarem sobre o que falávamos, não sei dizer ao certo. Falávamos de tudo e de coisa nenhuma. Apenas falávamos e ouvíamos. Pela primeira vez eu sentia que alguém nesse mundo me entendia, mesmo estando a milhares de quilômetros, com um mar no meio nos separando.

Com pouco mais de um mês de conversa ele queria me ver pessoalmente. Resisti a princípio mas depois pensei: que estou perdendo? E acabamos por combinar que ele viria ao Brasil no carnaval de 2006 e nos encontraríamos em São Paulo. Para mim seria uma viagem de 700 km e ele iria atravessar o Atlântico.

Depois de combinarmos o encontro ficamos ainda mais íntimos, a ponto de eu pensar que estava apaixonada e que havia encontrado minha alma gêmea. A cada dia minha ansiedade crescia, a ponto de eu não conseguir mais esperar pelo momento, e recomecei a sonhar. Mas quanto mais tempo eu dedicava às nossas conversas, mais meus filhos me criticavam, achavam que ele era apenas um desocupado se divertindo às minhas custas, um tarado da internet, um louco seqüestrador. Quanto mais se aproximava o dia de minha viagem mais aumentava a pressão deles tentando me fazer desistir.

Mas eu já tinha tomado uma decisão e iria até o fim, custasse o que custasse. Dentro de mim algo me dizia que meu destino passava por São Paulo, que eu tinha que vir, que algo muito importante e que iria mudar minha vida estava me esperando aqui. E essa sensação crescia conforme os dias passavam.

O dia da viagem se aproximava e 2 noites antes ele não apareceu para conversar. Nem no dia seguinte, nem no dia da viagem. Meus filhos e amigos redobraram seus esforços para me fazer desistir, dizendo que se ele não aparecia para conversar na internet também não apareceria em São Paulo.

A essa altura a cidade inteira já sabia de minha "aventura" e todos queriam dar sua opinião, uns medrosos me falando de histórias horripilantes sobre gente que vai se encontrar com quem conheceu pela internet, outros entusiasmados, talvez vivendo minha história como se fosse a deles, ou algo que gostariam de também vivenciar. Mal sabiam eles que tanto fazia se eram contra ou a favor pois dentro de mim a decisão já estava tomada.

No dia combinado entrei no ônibus com o coração aos pulos e senti que ia de encontro ao meu destino.

(Essa história continua na postagem "De encontro ao meu destino")

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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Nosso destino está traçado?

Não acredito que nosso destino esteja inexoravelmente decidido e que não tenhamos nenhum controle sobre o que vai nos acontecer, imagino que antes de virmos para essa vida terrena nos propusemos a fazer algumas coisas e para concretizá-las sabíamos de antemão alguns caminhos que teríamos que seguir por aqui.

Depois de encarnados nos esquecemos de tudo e por vezes tentamos nos furtar ao que foi combinado anteriormente mas o Criador nos faz lembrar de nossas missões e por mais voltas que demos, quando abrimos o olho estamos novamente no mesmo lugar.

Olhando agora para trás percebo que mesmo tendo dado muitas voltas acabei chegando onde teria que chegar, pois desde o início tudo apontava para isso, só os personagens centrais dessa história que vou contar é que não viam. Analisando agora tudo o que aconteceu tenho uma idéia clara de que para que tudo se passasse como se passou é necessário haver uma Força Superior, ou a Mão de Deus, como queira, a nos guiar na escuridão.

Imagino que essa história tenha começado muito antes mesmo de qualquer um de nós ter nascido, mas como não me lembro não posso contar essa parte, apenas imaginá-la. E se alguém ainda duvida da existência da alma gêmea, daquela pessoa que vai completar nossa existência, talvez mude de idéia ao ler essa história, ou talvez não. Talvez só abandone o ceticismo quando a SUA história acontecer, nessa vida ou em outras que estão por vir.

Escolhi contar a história em capítulos por ser longa e nos detalhes é que está o charme da coisa toda, então caro leitor, queira dispensar-me alguns minutos de sua atenção diária que prometo que no final entenderá o que eu disse sobre o destino. E se torce o nariz agora, garanto que eu teria a mesma reação alguns anos atrás, e logo você entenderá porque mudei meu modo de pensar.

Antes de mais nada vou dar uma breve visão panorâmica da situação quando tudo começou. Na época eu nem sabia que alguma coisa estava começando, mas bem que o pressenti. De qualquer modo, pela forma que as coisas se passaram, mesmo sentindo algo estranho eu jamais poderia furtar-me a viver a minha história.

Eu me casei e descasei várias vezes e o fato já virara piada em minha cidade. Eu morava numa pequena cidade do interior de São Paulo com 12 mil habitantes, para onde tinha me mudado em 85 para lá criar minhas 3 filhas e havia me separado recentemente. Lá casei-me novamente e tive mais um filho, adotamos outro. Após 12 anos a união se desfez e fui viver minha vida sózinha, decidida firmemente a nunca mais unir-me a ninguém.

Mesmo assim comecei a namorar um rapaz 17 anos mais novo. Namoramos durante 3 anos e meio mas apesar de ele querer casar-se nós nunca nos entendemos bem. Ao final do namoro eu já estava tão desesperançada de encontrar a tal "alma gêmea" e tão cansada de tantos casamentos desfeitos que terminei o namoro jurando a meus filhos que nunca mais me casaria. Para melhor cumprir o prometido isolei-me em casa, só saía para ir trabalhar.

Permaneci em meu castelo isolado por um ano e durante esse tempo fiquei viciada em internet. Tinha muitos contatos no msn, do mundo inteiro, em vários idiomas, e passava as horas de lazer em frente do computador. Dentre meus contatos havia um com quem eu nunca havia falado, e foi uma surpresa quando um pouco antes do natal ele começou a conversar comigo:

- Olá, como vai a Senhora?

Eu respondi e começamos a conversar a partir desse dia, e foi assim que a história mais louca de minha vida teve início.

(A continuação dessa história está na postagem "Um sentido novo à vida".)

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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Experiências durante morte clínica

Li uma vez numa revista que vários médicos, após terem ouvido de seus pacientes que passaram por morte clínica contarem histórias semelhantes, resolveram documentar esses fatos e escreveram um livro a respeito. É a ciência explorando o mundo espiritual para encontrar respostas.

O que chamou a atenção dos médicos é que os pacientes que passavam alguns minutos mortos clinicamente, após serem ressuscitados contavam mais ou menos a mesma coisa. Contavam que sentiam-se como que flutuando sobre o próprio corpo material, depois elevavam-se e viam a equipe médica tentando reanimá-los, depois viam uma luz e iam de encontro a ela. Em algum momento e por algum motivo voltavam ao corpo e acordavam.

Havia relatos impressionantes, como o de uma mulher que foi trazida inconsciente ao hospital e ao ser reanimada contou que fora elevando-se até sobrevoar o hospital, e que no telhado do hospital havia um sapato vermelho. O médico, intrigado, pediu que os enfermeiros fossem verificar e encontraram mesmo o tal sapato vermelho, há muito tempo deixado lá não se sabe por quem.

Alguns médicos tentam explicar essas experiências como alucinações causadas pelo cérebro com pouco oxigênio. Mas que eu saiba quando alguém tem alucinações não as tem iguais às de outras pessoas. Como explicar que todas as pessoas que passaram por essa experiência têm experiências em tudo semelhantes?

A ciência segue procurando uma explicação científica para esses fatos, mas a mim a resposta parece um tanto óbvia. Temos um espírito que separa-se do corpo quando morremos, mesmo que essa morte dure apenas alguns minutos. Deixemos pois que os médicos continuem a procurar suas explicações.

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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O destino

O que muitas pessoas chamam de "destino" para os espíritas é simplesmente a confirmação daquilo a que você se propôs antes de vir para cá. De certa forma misteriosa para nós que não nos lembramos mais do que nos comprometemos a fazer ou a viver antes de vir para cá, tudo se encaminha para que se cumpra o nosso "destino".

Acontecimentos curiosos às vezes nos chamam a atenção e os chamamos de "coincidências", mas se formos parar para analisá-los vamos ver claramente neles a mão de Deus, guiando-nos para que se cumpra o que é melhor para nós.

Analisar esses "sinais" é também uma forma de "rezar". Antes de pedir ajuda nos momentos difíceis é sempre útil olhar para eles e com uma clareza espantadora esses sinais nos guiarão para o que é melhor para nós, basta que aprendamos a interpretar esses "recados" que Deus nos manda a todo momento.

Dizem que Deus não fala diretamente conosco mas eu discordo, Ele nos fala a todo momento, nos guia e nos conforta, e também nos indica o caminho a seguir. Mas quantas vezes nós paramos para ouvir?

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sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Sonho ou realidade?

Muitas vezes sonhamos e depois conseguimos nos lembrar perfeitamente, a ponto de contarmos nossos sonhos com detalhes. Mas algumas dessas vezes o que contamos não é um sonho, só que não nos damos conta disso.

Quando dormimos nosso espírito pode sair e movimentar-se à vontade, sempre preso ao nosso corpo terreno. Em espírito, podemos conversar com outras pessoas, que estão ainda encarnadas ou que já passaram para outros planos espirituais.

Aprendi a diferenciar entre uma coisa e outra. Um sonho é algo sem nenhum sentido, estamos sentados em um lugar e depois já estamos em outro, estamos dormindo e estamos voando, comemos um sanduíche que se transforma num pássaro e de repente sai voando, ou fala conosco.

Quando nosso espírito está viajando fora de nosso corpo há uma lógica. Chegamos, entramos, sentamos, começamos uma conversa com alguém. Há início, meio e fim, tal como acontece quando estamos acordados.

Portanto quando você lembrar-se de um sonho que era muito "real" porque as coisas aconteciam dentro de uma lógica natural, pode ter certeza: não foi um sonho.

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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

A última vez que vi minha avó

Quem me conhece me acha divertida, alegre, de bem com a vida, mas nem sempre fui assim. Houve uma época em minha vida na qual eu me sentia um lixo. Presa de uma depressão profunda que se arrastou por anos, eu não tinha a menor alegria de viver e tudo o que seria para muitos motivo de alegria em mim não causava nenhuma emoção.

À noite eu conseguia dormir só com calmantes e durante uma ou duas horas apenas. As restantes eu fitava a escuridão, esperando o momento de levantar e enfrentar mais um dia. A idéia de ter que me levantar me aterrorizava, por mais paradoxal que possa parecer, apesar de passar a noite em claro, o que eu mais gostaria de fazer é não me levantar nunca mais, dormir até o dia de minha morte.

Como uma coisa leva à outra, a idéia de morte foi instalando-se em minha cabeça até tornar-se uma idéia fixa. E de tanto pensar em morte, um dia comecei a pensar que eu poderia chegar a ela mais rápido. E a idéia de suicídio começou a flertar comigo, a cada dia ela se tornava mais atraente, até que um dia, numa crise de desespero, decidi que aquele seria o último dia daquela amarga existência.

Já estava com tudo pronto para o ato de loucura quando um último sentimento de culpa me impeliu a ir ver se minhas 3 filhas pequenas estavam bem em suas caminhas antes de torná-las órfãs. Eu estava no banheiro de minha casa, teria que passar pela sala para ir ao quarto delas, e na sala havia uma porta dupla de vidro que dava diretamente para o sofá da sala.

Quando me aproximei da porta para abrí-la e entrar na sala vislumbrei através do vidro um vulto de uma pessoa sentada no sofá. Meu primeiro sentimento foi de medo, pois além de minhas filhas que deviam estar dormindo não havia mais ninguém em casa além de mim. Meu segundo pensamento foi de que se eu estava mesmo disposta a ir até o fim, que importância teria se ali estivesse um estranho, ladrão ou o que fosse, disposto a dar-me uma ajuda em minha tão difícil tarefa?

Pensando assim abri a porta de vidro de uma vez, disposta a apresentar-me a quem quer que estivesse sentado no sofá de minha sala, mas assim que abri a porta fiquei paralisada. Lá estava minha avó, desencarnada cerca de 6 anos antes. Estava sentada, as mãos cruzadas no colo e simplesmente me olhava. Em seu olhar havia amor, compaixão e uma súplica muda que eu logo entendi.

Assustada retrocedi, fechando a porta novamente, e quando voltei a abrí-la minha avó não estava mais ali. Fiquei horas imaginando como aquilo seria possível, se eu não estaria ficando louca, etc. Quando dei por mim meu marido estava de volta e eu me esqueci completamente do ato tresloucado que imaginara fazer naquele dia.

Tempos depois entendi como a aparição dela mudara completamente o rumo de meus pensamentos, fazendo-me esquecer e posteriormente desistir de atentar contra minha própria vida, fugindo de meus problemas e deixando-os multiplicados para os que ficariam, e que eu amava. Entendi também que o ato que estivera prestes a praticar seria prejudicial não só para mim e minha alma imortal, mas também para todos aqueles que ficariam nessa existência terrena, sem entender o que se passara para que eu me fosse de forma tão violenta e amarga.

Essa foi a última vez que vi minha avó.

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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Visita em casa

Estou na cozinha fazendo a janta, meu filho está sentado na frente do computador ao lado da janela do meu quarto. Para entrar pela porta da cozinha alguém terá forçosamente que passar pela janela e será visto por meu filho.

Estou mexendo nas panelas, distraída, quando mais pressinto que vejo meu marido entrando pela porta da cozinha, bem perto de onde estou. Viro-me para cumprimentá-lo e um vulto usando roupa branca dos pés à cabeça está ali, entrando pela porta e depois em uma fração de segundos já não está mais.

Levo um susto, dou um grito abafado e paro, com a colher na mão suspensa no ar. Do quarto meu filho pergunta: "que foi, mãe? Assustou com seu marido?"

Após alguns instantes, refeita do susto, vou até meu filho e explico que meu marido NÃO CHEGOU mas que eu vira uma "pessoa" entrando pela porta da cozinha. Meu filho fica pasmo:

- Não brinca não, mãe. Você sabe que eu não gosto "dessas coisas". Eu o vi passando aqui pela janela e quase o cumprimentei.

Explico que ele não está em casa, meu filho vai à cozinha e vê que eu não estou mentindo. Mais ou menos uma hora depois meu filho vai à cozinha tomar um café e eu fico no quarto, arrumando a bagunça. Quando olho pela janela vejo o vulto de meu marido passando pelo corredor que dá na porta da cozinha. Vou à cozinha, onde está apenas meu filho, que olha em direção à porta.

- Que foi? - pergunto eu.

- Nada, é que eu tive a impressão de que alguém estava entrando pela porta, mas não há ninguém.

De fato, não havia ninguém.

Mais tarde comento o fato com meu marido, que além de não gostar também não acredita "nessas coisas". Ele fica sério e depois conta que quando descia a escada que dá em nossa casa pressentiu alguém que vinha atrás dele e quando olhou para trás havia um vulto branco. Quando olhou de novo não estava mais lá.

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terça-feira, 11 de novembro de 2008

Espiritismo como filosofia

Já me perguntaram se eu acredito no espiritismo, se tenho até um blog sobre o assunto, que me fascina tanto, porque me auto-denomino agnóstica. Sou agnóstica porque não sigo e não pratico religião alguma.

Sou uma estudiosa e uma admiradora da religião espírita, cujos ensinamentos procuro assimilar e aplicar à minha vida. Creio piamente em tudo o que a filosofia espírita prega. Mas não freqüento centro espírita, não desenvolvo mediunidade, não recebo passes.

Sei que os católicos costumam dividir-se a si mesmos em duas categorias: praticantes e não-praticantes. Eu mesma quando católica, fui primeiro praticante e depois não-praticante. Mas hoje em dia não acredito nisso. Para que eu me auto-denominasse "espírita", teria que participar de tudo, freqüentar e ainda doutrinar tantas pessoas quantas eu conseguisse. Assim é meu modo de ver o "seguir uma religião".

Creio em Deus e acredito na filosofia espírita, mas o que faz de mim uma agnóstica é que vejo o espiritismo como uma filosofia de vida, que nos leva ao crescimento e nos explica os motivos para nossa estada aqui nessa vida. Para mim a doutrina espírita é muito mais que uma religião. Não preciso dizer-me espírita para seguir todos os preceitos do espiritismo, nem para acreditar neles ou mesmo disseminá-los, através do blog ou pessoalmente. Mas me reservo o direito de, como não-praticante, não me considerar "espírita".

Como não aceitaria qualquer outra religião, e como por definição agnóstico é todo aquele que crê em Deus mas não segue nenhuma religião sou, portanto, agnóstica.


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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A fé tem que ser cega?

A coisa que mais me chamou a atenção na filosofia espírita, logo no primeiro contato, foi o fato de ter uma lógica. O ser humano é composto de espírito, corpo e intelecto, portanto fica difícil separar uma coisa da outra.

O que me afastou de algumas religiões foi a forma como colocavam o espiritual acima de tudo, desprezando o fato de que temos um corpo. Nada de depilação, nem mesmo da sobrancelha, nada de ornamentos de qualquer natureza, nem a correntinha que ganhou do seu pai antes de morrer. Nada de cortar o cabelo, não usar calça comprida, não tomar café.

Eu não entendia porque para servir a Deus eu tinha que passar por tantas privações, porque eu não me sentiria nada confortável sem depilar as pernas ou cortar o cabelo. Meu cabelo é uma droga e a idéia de vê-lo crescer ao léu era para mim insuportável. Mas nem um corte a cada 6 meses, digamos? Não podia. E eu achava o cúmulo, tanto assim que me afastei, não tanto por considerar a "tortura" inútil, devem ter lá seus motivos, só que eu não via sentido em nada disso.

Para você se dignar a deixar algo que gosta ou que o faz sentir-se melhor tem que ter uma motivação e não me deram nenhuma. Não vai aqui nenhuma crítica a quem se dispõe a seguir tudo isso à risca, só que para mim não rolou.

Outras religiões subestimavam o fato de que EU TENHO um cérebro e mesmo que eu repita mil vezes que não se deve fazer perguntas porque não se pode questionar a Deus, lá dentro uma vozinha persistente insistia em assoprar em meu ouvido: "mas por quê, hein?" E os porquês nunca foram satisfatoriamente respondidos.

Não que eu não acredite em fé cega, mas um certo fundamento também ajuda, não? Que nosso espírito sinta que estamos no caminho certo é uma bênção, mas existe algum mal em também convencer nossa razão?

Na filosofia espírita encontrei respostas simples e diretas, que faziam sentido e meu cérebro finalmente entrou em sintonia com meu espírito. Creio piamente em Deus, sem questionamentos, mas os detalhes todos dessa história de Criação, Expiação, etc, ficaram também resolvidos de forma lógica e convincente. Minha razão acredita nas razões do espiritismo, assim todas as minhas facetas de ser humano questionador ficam em harmonia.

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domingo, 2 de novembro de 2008

Você acredita que tem uma alma imortal?

Se você acredita que tem uma alma imortal deve perguntar-se para onde ela vai após a morte do corpo físico, certo? Os espíritas acreditam que há outros mundos, alguns bem parecidos com esse, para os quais vamos para evoluir e aprender.

Também acreditam que quando uma pessoa está pronta pode voltar para o mundo terreno e ao vir aceita algumas missões ou vem com um objetivo. Baseados nessa crença explicam acontecimentos que de outra forma permaneceriam sem explicação.

Pessoas boas que passam por provações provavelmente as aceitaram antes de vir para cá, ou estão sofrendo por coisas que fizeram em outras vidas, quando não estavam ainda tão evoluídos quanto agora. É o chamado "karma", uma espécie de "débito" que trazemos de outra vida e que temos que pagar para completar nossa evolução.

Nossos atos sempre têm um peso, positivo ou negativo, em nossa vida ou nas dos que nos cercam e quanto mais atos negativos praticarmos, maiores serão nossas expiações no futuro. Quanto mais a pessoa se deixa levar pelas más influências e se abandona à imoralidade e à maldade, mais dilata o tempo que a separa de uma etapa superior.

Esse mundo é como se fosse uma escola, e só se formos "aprovados" poderemos ir para o estágio seguinte. Quando não aprendemos nada, não fazemos nosso espírito evoluir, "tomamos bomba" e temos que reencarnar nesse mundo ou em outros equivalentes, tantas vezes quantas forem necessárias até aprendermos as lições necessárias à evolução.

Não pratico o espiritismo como religião mas acredito plenamente nos ensinamentos ministrados pelos espíritas. E você? Acredita em alma imortal, reencarnação, vida depois da vida? Responda à enquete do blog e dê sua opinião.

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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Vida depois da vida

Eu me recuso a acreditar que não há nada depois dessa vida. Se assim fosse essa vida terrena não teria o menor sentido. E todos os dias nos defrontamos com testemunhos de pessoas que viveram experiências que comprovam que a vida e a consciência não cessam com a morte, a passagem da vida terrena para outra vida no plano espiritual.

Há muito ceticismo a respeito, por parte de alguns grupos, que dizem apoiar sua descrença na ciência, essa mesma ciência que um dia afirmou que a terra era chata e apoiada em 4 elefantes. E assim doutrinou, até que alguém provou que a terra era redonda.

A ciência é cética a respeito de tudo aquilo que ainda não conseguiu entender totalmente, e uma vez que não existe muito interesse em comprovar-se uma vida além dessa, é natural que sua comprovação demore a chegar.

Mas para quem crê, a comprovação é desnecessária. Quem só crê no que vê não deveria acreditar que temos um espírito ou que o ar existe, uma vez que não se pode ver nem uma coisa nem outra.

Imagino que deve-se ter mais bom-senso na hora de desacreditar das coisas. Se há tantas pessoas que acreditam, deve haver um fundamento, certo? Então vamos esperar que em breve se consiga comprovar a existência de uma vida espiritual além da terrena. Para alguns de nós isso é desnecessário, já que nela acreditamos sem necessitar de provas cientîficas, mas assim se satisfaria a necessidade daqueles que necessitam do aval científico para crer.

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domingo, 12 de outubro de 2008

Casas mal-assombradas

Temos um tempo para ficar nesse mundo mas alguns de nós não sabem que estão desencarnados ou alguma coisa os prende à dimensão dos "vivos". É como se tivessem negócios inacabados por aqui e não conseguissem ir sem antes resolvê-los.

Relatos de casas mal-assombradas, ou habitadas por entes da outra dimensão são frequentes, alguns deles científicamente observados, filmados ou fotografados. Existem até cientistas que se dedicam a estudar esse tipo de fenômeno.

De qualquer forma aqueles que já se foram não deveriam estar ainda entre nós e ocorrências desse tipo não são muito bem aceitas pelos habitantes "vivos" da casa. Raramente morar numa casa que partilhamos com espíritos é uma experiência confortável.

Creio que todos nós já ouvimos contar casos assim, alguns são céticos a respeito. Mas de qualquer forma só passando mesmo por isso para acreditar.

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domingo, 7 de setembro de 2008

O enigma do Edifício Joelma

Linha Direta - Mistério - Casos - Rede Globo



O Enigma do Edifício Joelma

O Edifício Joelma, um dos mais imponentes prédios do centro de São Paulo, ardeu em chamas por mais de quatro horas no dia primeiro de fevereiro de 1974. O resultado desta tragédia foram 345 feridos e 189 mortos. Até hoje especialistas garantem que o lugar é cercado por uma estranha energia espiritual.

Segundo testemunhas, o Edifício Joelma carrega uma maldição. Em 1948, existia uma casa onde hoje é o Edifício Joelma. Nela morava o professor de química, Paulo Camargo, 26 anos, junto com sua mãe e duas irmãs. Paulo assassinou a tiros a mãe e as irmãs e enterrou os corpos em um poço que mandara construir no quintal da casa. Depois, Paulo suicidou-se.

A polícia trabalhou com duas hipóteses para o crime. A primeira é que a família teria rejeitado uma namorada dele. A segunda é que Paulo teria matado a mãe e as irmãs porque elas portavam graves problemas de saúde e ele não queria cuidar delas.

O mistério da morte de toda a família nunca foi desvendado. Depois do resgate dos corpos, um bombeiro acabou também se tornando vítima da maldição e morreu de infecção cadavérica. O triplo assassinato seguido de um suicídio abalou a população de São Paulo e ficou conhecido como O Crime do Poço.

O lugar ganhou fama de mal-assombrado. Em 1972, a casa deu espaço a um prédio moderno de 20 andares. Era o Edifício Joelma. Por causa do Crime do Poço, a numeração da rua foi modificada, mas a maldição não foi esquecida.

A processadora de dados, Volquimar, 21 anos, e seu irmão Álvaro trabalhavam no prédio. No dia 1º de fevereiro de 1974, às 8h45 da manhã, um curto circuito no ar condicionado do prédio deu início ao incêndio. Sem ter para onde fugir, as pessoas entraram em pânico. O calor chegou a 700ºC e muitos se jogaram do alto do edifício. O fogo praticamente destruiu o Joelma. Faltou água nos carros do Corpo de Bombeiros e a escada Magirus só conseguiu atingir uma parte do edifício.

Volquimar morreu asfixiada por causa da fumaça e seu irmão Álvaro conseguiu sobreviver. Treze pessoas tentaram escapar pelo elevador, mas não conseguiram se salvar. Os corpos não foram identificados e acabaram sendo enterrados lado a lado no cemitério São Pedro, na capital.

Os treze corpos deram origem ao mistério das treze almas e a elas são atribuídos milagres. Em 1979, a história de Volquimar se transformou em filme e durante as filmagens ocorreram fenômenos misteriosos.

A cena da morte das personagens foi registrada por um fotógrafo. Quando reveladas, as fotos mostravam rostos de pessoas que não estavam nas filmagens.

Depois do incêndio, o Edifício Joelma ficou quatro anos interditado para obras. Quando reaberto, ele foi rebatizado com o nome de Praça da Bandeira. Segundo testemunhas, os espíritos dos mortos vagam pelo prédio até hoje.

O Edifício Joelma tem dezenas de salas vazias, mas a tentativa de livrar o local dos espíritos continua. As histórias em torno do antigo Joelma ainda são um grande mistério. Uns acreditam, outros duvidam e alguns têm certeza de que tudo é verdade.


Saiba onde fica o Edifício Joelma - Google Maps

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Casa Habitada

Sei que há muitos que não acreditam, e isso é uma questão particular de cada um, mas não posso negar o que me aconteceu. Estávamos procurando casa para mudar quando um colega de trabalho de meu marido na época, que se mudava para Dracena, ofereceu sua casa para alugar. Fomos ver a casa mas assim que entrei tive uma sensação ruim, uma espécie de opressão, como se o ar estivesse pesado.

Não queria me mudar para a casa de jeito nenhum, mas procuramos casa durante meses e como não havia outra opção, nos mudamos para lá. Desde o começo a casa parecia ter vida própria e uma série de coisas estranhas começaram a acontecer.

Eu sempre fechava bem a janela do quarto das meninas, mas por mais que fechasse e me certificasse de que havia fechado a tranca, sempre havia um momento durante a noite em que ela se abria com estrondo, de par em par, como se uma ventania invisível a movesse. As meninas ficavam assustadas mas meu marido sempre encontrava explicações racionais para o fato.

Eu sempre via através da porta de vidro ou mesmo dentro de casa, pessoas passando, mas quando ia ao lugar em que elas logicamente estariam, não havia ninguém. À noite eu e meu marido ouvíamos passos no corredor, que paravam bem em frente à porta de nosso quarto, mas abrindo a porta nunca havia ninguém.

Durante o dia eu ouvia várias vezes pessoas me chamando no portão mas raramente encontrava alguém lá quando ia atender.

Nessa época também descobrimos que minha filha mais velha estava perdendo a visão de um olho quase que totalmente. Quando conseguimos algum sucesso no tratamento de vários meses, a minha segunda filha quase entrou em coma e descobrimos que estava diabética. Também nessa casa eu e meu marido, que até então vivíamos muito bem, começamos a ter discussões acaloradas e quase diárias, muitas vezes chegando aos gritos e acusações.

Meu marido achava tudo isso besteira, e mesmo o fato de que tínhamos que manter a casa fechada ou ela se enchiam de moscas varejeiras que formavam um enxame apavorante na porta de vidro da casa, não o atingia emocionalmente. Eram centenas de moscas que tínhamos que enxotar durante muito tempo até que fossem embora.

Uma noite fomos acordados por uivos altos e contínuos de um cão. Acordamos assustados achando que uma de nossas cachorras podia ter-se ferido, então meu marido levantou para ver o que era. Alguns minutos depois ele voltou ao quarto, branco como papel e tremendo tanto que nem conseguia falar direito. O relato a seguir é dele:

Ele saiu pela porta dos fundos e as cachorras estavam bem, então notou que os uivos vinham da frente da casa. Deu a volta pelo corredor lateral e viu um cachorro na calçada, virado para nossa casa, uivando. Resolveu jogar uma pedra, mas quando passou pela varanda assustou-se pois havia uma velha sentada em uma das cadeiras de área que tínhamos. Ele a cumprimentou, mesmo assustado, achando que se tratava de alguém que não tinha para onde ir. Foi até o portão e enxotou o cachorro, e quando voltou-se para falar com a velha, ela havia desaparecido.


Sei que muitos não acreditam e mesmo ridicularizam relatos desse tipo, mas meu marido também era assim e a partir desse dia começou a levar mais a sério, e acabamos por nos mudar da casa.

Alguns anos depois soubemos que o casal que se mudara para a casa depois de nós ficou lá pouco tempo. A esposa tinha medo de ficar na casa sózinha durante o dia porque ouvia "ruídos estranhos".

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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Jesus foi um deus do sol?

Interessante esse vídeo, nos faz pensar bastante, assista e depois tire suas conclusões.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Vivendo com a alma gêmea

Viver com sua alma gêmea é diferente desde o princípio. Muitas vezes parece que você consegue se comunicar com o outro sem ter que se expressar com palavras. É interessante que muitas vezes sabemos exatamente a frase que o outro vai dizer - e até a entonação que vai usar - mesmo antes dele abrir a boca.
Também é notável perceber que desde o primeiro encontro nos sentimos à vontade com a outra pessoa e a sensação que temos é que sempre conhecemos essa pessoa.
A vida em comum é engraçada porque já estamos acostumados com a presença dele, seus hábitos e manias antes mesmo de começarmos a viver juntos. Também é interessante notar como é fácil ser condescendente e paciente com seus defeitos e manias, mesmo as mais irritantes.
Outro ponto interessante é que quando estamos com nossa alma gêmea o tempo passa muito depressa e temos a exata sensação de que estamos vivendo num mundo à parte, no qual as leis e problemas do mundo das outras pessoas não podem penetrar.
A sensação mais forte que temos é de que não podemos ficar sem essa pessoa e de que ela só nos basta, com ela o resto do mundo pode se acabar que nem notaremos.


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domingo, 10 de agosto de 2008

Alimento da alma

..::|| Casa Editora O CLARIM ||::..
O alimento é indispensável para a manutenção da vida orgânica. Sem ele o vegetal, o animal ou o ser humano falecem.
No ser humano, a carência de alimento provoca a anemia e, se voluntária, a anorexia, com todas as suas conseqüências, sabendo-se que, para uma vida saudável, necessitamos de uma combinação balanceada de seis grupos de alimentos: proteínas, carboidratos, leite e derivados, verduras e legumes, frutas e gorduras não-saturadas, a par de atividades físicas.
Na visão espírita, o estágio no plano material, proporcionado pela reencarnação, tem por objetivo precípuo a evolução do espírito, necessitando o encarnado, para isso, manter a saúde do corpo, sem o que pode abreviar o tempo que lhe foi programado, desencarnando prematuramente, o que equivale a suicídio, consciente ou inconscientemente.
Por outro lado, nem só de alimento material vive o ser humano.
Apesar de o Espírito ser imortal e, por isso mesmo, não deixar de existir jamais, ele também se alimenta.
E, a exemplo do que acontece no plano físico com o alimento material, o alimento espiritual pode ser bom ou mau, positivo ou negativo, gerando também suas conseqüências boas ou más, positivas ou negativas, a nível orgânico, fluídico e mental, uma vez que o ser humano vive simultaneamente nesses três planos: o corpóreo, o espiritual e o mental.
Com relação aos dois últimos o ser humano interage também vinte e quatro horas por dia (como acontece com o seu corpo físico), pois, do ponto de vista fluídico, seu perispírito, pela lei de afinidade, entra em contato com fluidos positivos ou não, seja no estado de vigília, seja nos desprendimentos proporcionados pelo sono físico; e, do ponto de vista mental, emite e recebe pensamentos, também positivos ou não, conforme a onda ou freqüência de sintonia em que se coloque.
São alimentos positivos da alma: o amor e todos os sentimentos positivos que dele emanam, a oração, a reflexão elevada, a boa leitura, a boa música, pelas vibrações positivas que produzem.
São alimentos negativos da alma: o egoísmo, o orgulho e todos os sentimentos que deles emanam, como o ódio e o desejo de vingança, entre muitos outros.
A “anorexia espiritual” torna o espírito (ou a alma) refratário ao amor divino, ao amor dos benfeitores espirituais, aos fluidos de natureza superior que o alimentam e equilibram.
Os espíritos estudiosos, e especialmente os que trabalham em reuniões mediúnicas sérias de desobsessão, sabem o que são a zoantropia e o ovoidismo, próprios dos Espíritos que tiveram seus perispíritos deformados em razão de sentimentos negativos, como os mencionados acima, levados ao monoideísmo.
O contato prolongado com fluidos deletérios desequilibram o Espírito, encarnado ou desencarnado, cujas conseqüências acabam sendo de muito sofrimento.
Dentro desse enfoque, a prática do Evangelho no lar representa saúde espiritual para toda a família.
Se, portanto, a falta ou escassez do alimento material enfraquece o corpo físico, levando-o à doença, a falta ou escassez do alimento espiritual enfraquece o espírito podendo levá-lo à irresignação contra Deus, à rebeldia, ao desânimo, ao esmorecimento da fé, ao enfraquecimento da vontade na direção do bem, à acomodação ao materialismo, ao não investimento na reforma íntima.
Com esse entendimento, esforcemo-nos, nós espíritas, com determinação, em perseverarmos nas tarefas abraçadas, não por acaso, sejam quais forem as dificuldades que se nos apresentam à frente.
Lembrando a parábola do semeador, continuemos levando a mensagem espírita, com Jesus e Kardec no coração, ao próximo, por todos os meios ao nosso alcance, não nos esquecendo que ela, em primeiro lugar, deve tocar nossos próprios corações.

domingo, 3 de agosto de 2008

Espiritismo ou Ciência - Onde encontrar a resposta?

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Algumas pessoas vêem e ouvem pessoas que já estão em outra dimensão, comunicam-se com elas e são capazes até de escrever, pintar, desenhar, fazer cirurgias, sob a influência desses entes, mas a ciência tem outras explicações para estes fatos.

O que no espiritismo classificamos como "mediunidade", a ciência classifica sob os mais diversos nomes, todos eles de doenças mentais ou puramente charlatanismo.

Desde que o mundo descobriu a ciência, procura-se de todas as formas explicar os mais diversos fenômenos sob a sua luz, mas acredito que nem tudo pode ser entendido ou aceito dessa forma. A ciência usa métodos investigativos e só aceita o que for científicamente provado e comprovado.

O espiritismo, entretanto, baseia sua doutrina na fé, e se você tem fé não precisa de provas científicas. Se tem fé simplesmente crê no que crê, sem sombra de dúvida. Ciência e religião têm métodos diferentes, mas a comprovação científica não é necessária se você acredita na doutrina.

Aqueles que procuram provas para o espiritismo simplesmente não têm fé e acredito que mesmo se tudo o que pregamos for comprovado, ainda assim duvidarão. O espiritismo não precisa de provas. Quem crê não precisa delas.

(zailda coirano)


quinta-feira, 17 de julho de 2008

Esperança, confiança e outros sentimentos que a vida não pode nos roubar

Compulsiva
A vida nos prega peças quando nos dispomos a vivê-la em toda sua plenitude. Somos então como pássaros que se atiram a um vôo cego em busca da liberdade, da luz, do ar puro, das grandes sensações. Sempre que nos lançamos à vida em busca de viver tudo integralmente nos tornamos também um alvo, e esse é um risco que temos que correr.

Pássaro ferido, abatido durante seu vôo noturno se recolhe, se encolhe. Mas o tempo passa, a vida é curta, e ela chama para novas aventuras, novas sensações, um eterno recomeçar. E novamente lá estamos envolvidos com nosso destino, cumprindo nossas missões grandes ou pequenas.

Muitas pessoas passam por nossa vida. Umas permanecem, outras se vão. Algumas deixam marcas indeléveis, pelo muito que nos ensinaram, pela enormidade que nos doaram. Outros, infelizmente, estão fadados ao esquecimento, pouca diferença fazem, apenas almas irmãs, envolvidas em sua própria caminhada, nas quais esbarramos quase que por acaso. Às vezes nos enganam, ou nós mesmos nos enganamos achando que vieram pra nos trazer luz, amor, ternura. São vazias, centradas apenas em si mesmas e por mais que batamos à porta de seus corações eles jamais se abrirão.

Essas pessoas por vezes nos magoam, nos desgastam, sugam um pouco daquilo que mais invejam em nós: a capacidade de amar, de voar, de buscar.

Nós, que temos asas, nós que sabemos voar, nós que sabemos verdadeiramente doar, nós que por algum mistério do Pai Eterno aprendemos a amar, não podemos deixar que essas pessoas que apenas atravessam nosso caminho por momentos nos deixem marcas. Não podemos permitir que por sua causa deixemos de acreditar. Não podemos deixar que nos levem a esperança, a confiança nos outros seres iguais a nós, que receberam também o dom de saber partilhar.

Voaremos todos, em bandos, procurando nossas metades, nem que essas metades nos acompanhem apenas por uma parte do caminho. Não importa, vale a troca, vale o amor partilhado, que mesmo que não seja eterno, é verdadeiro e forte quando encontrado.

As almas ocas que nos olham lá de baixo, caminhando pelo deserto de sol ardente jamais aprenderão a voar. É justo que rastejem na areia quente esbarrando-se umas nas outras, enquanto temos o céu, a luz do luar.

Coração batendo temos dentro do peito, feito para amar, para sofrer, para sentir. Temos sim, sentimentos que podem ser feridos, esmagados, desprezados. Para alguns eles não têm nenhum valor. Mas para nós que temos a capacidade plena de senti-los e vivê-los, são nossa razão de viver, nossa razão de voar.

(escrito por Zailda Mendes)

terça-feira, 15 de julho de 2008

Congresso Espírita de Uberaba

Jornal de Uberaba - Credibilidade Total!
O 1º Congresso Espírita de Uberaba vai reunir pessoas interessadas na doutrina e nas palestras que serão proferidas por conceituadas personalidades nos dias 18 e 19, no Cine Teatro Municipal Vera Cruz, com entrada franca. A abertura está marcada para as 19h e contará com programação musical a cargo do Coral Soraya D´Vinis, de Caldas Novas (GO), e do Grupo de Fabiano de Cristo, sob a regência de Rafaela Martinez.

As inscrições podem ser feitas, gratuitamente, na Livraria Espírita Emmanuel, localizada na Artur Machado, na Galeria Fausto Salomão, ou no site http://www.congressoespirita-deuberaba.com.br. No dia 19, o evento tem início às 8h e se estende até as 21h30, com a presença de Marilusa Vasconcelos, que tem, entre outras faculdades mediúnicas, a psicopictografia, a famosa pintura mediúnica, em que grandes mestres pintaram por meio de sua mediunidade, como Leonardo Da Vinci, Renoir, Van Gogh, entre outros.
Para falar sobre o papel do espiritismo na transformação do espírito, o convidado é o deputado federal João Bittar Filho (de Uberlândia).

O médium Ariston Santana Telles, de Brasília (DF), profere a primeira palestra, antes da explanação de Marilusa. Em seguida, o amigo pessoal do médium Chico Xavier e revisor de suas obras, considerado o bom senso da doutrina espírita, o médico Elias Barbosa, será o terceiro palestrante do dia.

Ainda na programação, palestras de Mário Ratton; do escritor e orador espírita Walter Barcelos; do professor Octavio Olisseias, fundador e diretor da Unibem-Universidades Integradas Espíritas, de Curitiba (PR). Arnaldo de Hoyos Guevara, professor da PUC-São Paulo, proferirá a palestra das 20h, seguido pelo médium Maurício Crispim, que é médico e pesquisador em Goiás (GO).


Nesse mesmo dia, Marilusa Vasconcelos fará uma pintura mediúnica, com duração de duas horas, com sorteio de um dos quadros para os congressistas. As outras obras serão vendidas para ajudar uma instituição de caridade de Uberaba e São Paulo. (RD)

Feira do livro espírita

XVIII Feira do livro espirita movimenta cidade de Floriano - Floriano - 180graus - http://180graus.brasilportais.com.br/
O grupo de fraternidade espírita “Ângelo Francisco” realizará de 14 a 19 de julho de 2008 a XVIII Feira do Livro Espírita que acontecerá na Praça Doutor Sebastião Martins localizada no centro de Floriano.

A abertura da feira acontece as 8h00m da manhã com a presença de todos os membros que fazem parte do grupo de fraternidade espírita de Floriano e várias regiões e encerra às 18h00m.


João Neres da Silva, coordenador geral da GFEAF que falou que um dos objetivos da feira é reunir e mostrar a população de Floriano e aos estudantes á importância dos livros espíritas.

"A visão de Deus" é tema de seminário

::: Barbacenaonline - Todo mundo acessa, todo mundo lê! :::
O orador espírita José Raul Teixeira estará em Barbacena no próximo dia 27 para apresentar o seminário “A visão de Deus”. O evento será no cinema da Epcar, das 9h às 12h.

Nascido em Niterói (RJ), José Raul Teixeira é formado em Física pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e tem pós-graduação em Metodologia do Ensino de Física pela mesma instituição, da qual é professor. Ele se iniciou no Espiritismo aos 16 anos; é orador espírita e viaja pelo Brasil e outros países, divulgando em conferências e seminários esse ideal religioso.

José Raul fundou em 4 de Setembro de 1980, com um grupo de companheiros, a Sociedade Espírita Fraternidade, em Niterói, que mantém um trabalho de assistência a crianças da favela e a suas famílias, atividade que foi transferida para os labores do Remanso Fraterno. Em 1989, ele inaugurou o Grupo Espírita Allan Kardec, em Viena, na Áustria, o primeiro centro espírita austríaco.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Os perigos da mediunidade mal orientada

OS PERIGOS DA MEDIUNIDADE « POVO DE ARUANDA


Os perigos e conseqüências da mediunidade mal orientada.

A falta de doutrina e de comprometimento que existe, em muitas casas espiritualistas, coloca em risco a saúde física e psicológica dos médiuns.

Para se ter idéia, há casas que iniciam qualquer pessoa que tenha vontade em trabalhos de desenvolvimento mediúnico de incorporação.

E as pessoas que começam a frequentar os trabalhos, por não terem a menor noção do que é certo ou errado, se submetem...(mais)

(Para ler mais, clique no link acima)

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Nosso destino está traçado?

Não acredito que esteja literalmente traçado, podemos tomar vários caminhos, uns mais curtos e outros mais longos, que nem sempre dão no mesmo lugar.

Eu morava em Pacaembu e comecei a conversar com um homem, em pouco tempo começamos a "namorar" pela internet. Eu achava que estava apaixonada e que ele era minha alma gêmea. No carnaval de 2006 combinamos de nos encontrar na cidade de São Paulo.

Dois dias antes de minha viagem o tal homem "sumiu" da internet. Meus filhos estavam preocupados, achando que era loucura eu viajar 700 km para encontrar alguém que conhecera apenas pela internet. E ele havia sumido, será que apareceria? Argumentavam que poderia ser um sequestrador, um doente, sabe-se lá o que esperar.

Eu estava confiante, dentro de mim eu sentia uma urgência, uma necessidade de vir a São Paulo. Não sabia explicar, mas sentia que "alguma coisa" estava me esperando aqui. Sabia que minha vida mudaria, que era um cruzamento de estradas, e mesmo que eu não mudasse de rumo, teria que vir até São Paulo para conferir e tomar minha decisão.

Esperei 3 horas na estação São Bento do metrô, conforme o combinado. Ele não apareceu. Nesse momento não sabia o que fazer, mas sempre que isso acontece, limpo minha mente e pergunto: "Deus, que devo fazer agora?" e a resposta sempre aparece em minha mente e é sempre a melhor idéia.

Quando perguntei o que deveria fazer, logo "apareceu" em minha mente o nome de minha comadre, que há mais de 20 anos eu não visitava. Era uma idéia absurda, já que tenho irmã e primo na Grande São Paulo, era muito improvável que eu resolvesse ir para lá. Mas foi pra casa dela que eu fui.

Quando cheguei, encontrei lá o filho dela, que havia se separado da mulher há poucos meses. Eu já o conhecia, mas por uma ironia do destino, a vida nos mantivera sempre separados. Fiquei na casa de minha comadre uns dias, o suficiente para uma forte atração nascer entre nós. E da atração veio a paixão e o amor.

Resolvi então que viria morar e trabalhar em Diadema. Tudo me foi facilitado, mandei currículo pra escola do mesmo grupo onde já trabalhava desde 97 e fui prontamente aceita. Em julho de 2006 mudei-me para Diadema, sob protestos dos meus filhos e outros membros da família.

Eu e Marques estamos casados há 14 meses e estamos ainda em plena lua-de-mel. Eu estava certa, minha vida mudaria e havia "algo" esperando por mim aqui. Eu sabia que encontraria um dia minha alma gêmea, vim em busca dela a São Paulo e finalmente a encontrei.

(zailda coirano)

terça-feira, 8 de julho de 2008

Em favor de você mesmo

Uma mensagem linda de “Agenda Cristã”, de Francisco Cândido Xavier, pelo espírito André Luiz. Vale a pena ler e refletir.

- EM FAVOR DE VOCÊ MESMO

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Acidente macabro

Esse vídeo mostra alguns jovens em Sintra (Portugal) antes de um acidente. O vídeo é muito estranho mas não dá para ter certeza que se trata de um caso verídico. Afirmam os produtores do vídeo que é a mais pura verdade, mas há controvérsias. Veja e comente o que achou:


segunda-feira, 23 de junho de 2008

Segunda chance

Dizem que a primeira impressão é a que fica. Quando conheci Marques ele era pouco mais que um garoto e foi assim que o vi: um garoto metido que se achava "o cara". Ele por seu lado me viu tal qual eu era então: uma mulher orgulhosa, voluntariosa, prepotente.


Isso foi há mais de 20 anos e nos encontramos pela primeira vez em uma festa na qual mal nos falamos, apenas um aperto de mão e talvez um aceno de cabeça, essas coisas de praxe.


O destino fez com que cada um seguisse seu caminho: ele viveu um casamento de 18 anos, uma relação dolorosa e arrastada que o lhe deixou mágoas e cicatrizes. Eu me debati entre muitas relações, nas quais buscava compreensão e o amor verdadeiro. Como eu me mudara de Diadema, durante anos mais de 600 km nos separavam.


Mas durante esse tempo a vida nos ensinou e nos moldou, e nunca deixamos de procurar o verdadeiro amor, o par perfeito com quem pudéssemos ter uma relação equilibrada e harmoniosa.


Um dia, por essa ironias da vida, vim a São Paulo na última tentativa de encontrar a alma gêmea, esse ser que eu tanto ansiava amar. Mas à medida que os minutos de minha espera se transformavam em horas e esse ser não aparecia, minha esperança se desvanecia como areia que escapa pelo vão dos dedos.


Ao final, como refúgio para meu desencanto e decepção, fui para a casa da mãe de Marques, minha amiga e comadre há muitos anos. Quando cheguei as palavras foram pequenas para descrever o que eu sentia e o que se passara, e então as lágrimas falaram por mim.


Marques se aproximou porque aquela mulher capaz de viajar quase 700 km em busca de um amor de verdade não condizia com a imagem que ele guardara de mim esses anos todos. Eu me sentia derrotada e ele se curava de uma depressão após a separação.


Assim começamos a conversar, dois seres humanos querendo ser ouvidos e entendidos, com a alma nua e o peito aberto e sem reservas. Naqueles olhos castanhos que pareciam ler minha alma eu mergulhei minhas queixas e minhas histórias e aos poucos fomos reconhecendo um no outro o gêmeo do qual fomos separados ao nascer.


O amor brotou, cresceu, deu galhos e frutos.


Creio que a primeira impressão é importante mas em nosso caso ela teve que ser reformulada, pelo muito que a vida nos mudou. Somos hoje outras pessoas, que nada têm a ver com o que éramos há vinte e tantos anos. A vida se encarregou de nos separar porque ainda não era a hora de nos pertencermos. Não estávamos ainda prontos, tínhamos um longo caminho pela frente antes de nos encontrarmos novamente frente a frente, com a defesas baixadas para que a vida finalmente nos apresentasse uma segunda chance de ser feliz.

(escrito por Zailda Coirano)

sábado, 21 de junho de 2008

Vida após a morte

Um médico um dia notou que as experiências narradas por pessoas que estiveram "mortas" por alguns minutos eram muito semelhantes e começou a pesquisar os casos. Acabou escrevendo um livro, onde conta essas experiências e só mesmo sendo muito cético para não acreditar que elas comprovam a existência de uma outra vida depois dessa que vivemos aqui na terra.

Conta o médico em seu livro que a maioria dos pacientes ao acordar conta sobre a sensação de estar saindo de seu próprio corpo, sobrevoando a equipe médica que tentava reanimá-los e depois terem se distanciado cada vez mais. Outra coisa em comum é que todos viam uma luz muito intensa e em algum momento afastaram-se dela e retornaram ao corpo.

Um dos casos que mais me impressionou foi de uma mulher que chegou ao hospital já em coma, e que ao acordar narrou a mesma coisa, só que também contou que ao elevar-se sobre o hospital viu um sapato vermelho no telhado do prédio. Foram lá ver e constataram que ela dissera a verdade: o sapato estava mesmo lá.

Claro que os céticos dirão que isso foi armação, que ela já devia ter jogado o sapato lá para o caso de ter que contar essa história depois. Mas será que ela planejou também entrar em coma e ter que ser reanimada com choques?

Bem, isso não vem ao caso. Para mim a vida após a vida existe de fato, e creio nisso firmemente sem precisar de provas materiais. Acho que fé é isso. E usamos o nosso livre-arbítrio para fazer nossas escolhas, e essa é uma delas: cremos ou não.

(zailda coirano)

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Despedidas

Minha sogra tinha mais de 90 anos e muitos problemas de pressão quando seu filho caçula morreu repentinamente de ataque cardíaco. Os outros filhos, consternados, não sabiam como contar a ela, temendo que a notícia fosse demais para ela. Meu marido na época, que é enfermeiro, levou um aparelho de medir pressão, chamou um médico para acompanhá-lo e pediu que deixassem uma ambulância na porta da casa de sua mãe.

Foram os 5 filhos dela à sua casa e a chamaram à sala, dizendo que tinham algo a contar a ela. Ela disse simplesmente, numa calma que assustou a todos:

- Não precisa me contar nada, eu já sei. Foi o Carlão, não é? Sonhei com ele essa noite. No sonho ele batia na janela do meu quarto, eu abri e ele me pediu que lhe passasse uma roupa branca. Passei uma calça e uma camisa brancas, entreguei a ele pela janela e ele me disse: "Tenho que ir agora, mãe. Até qualquer dia."

(zailda coirano)


sábado, 7 de junho de 2008

Como o espiritismo entrou em minha vida

O espiritismo entrou em minha vida depois de eu ter perambulado por muitas igrejas procurando por respostas que não havia encontrado na religião católica, na qual fui criada. Questões como:

- por quê algumas pessoas parecem ter nascido para sofrer?

- por quê algumas pessoas fazem tanta maldade e não são castigadas?

- por quê Deus permite que se façam maldades contra pessoas boas?

ficavam sempre sem resposta ou com respostas evasivas tipo:

- Não nos cabe perguntar sobre os desígnios de Deus.

E acabava ficando tudo por isso mesmo. Quando pela primeira vez me foi oferecido para leitura "O livro dos espíritos" de Allan Kardec, pareceu-me que um largo horizonte de compreensão se estendia pela primeira vez à minha frente.

Estou aqui definida nesse site como agnóstica e assim me considero porque não frequento centros ou quaisquer igrejas, mas acredito pia e firmemente na doutrina espírita e por ela tento me guiar sempre.

O espiritismo trouxe luz à minha alma, trouxe o entendimento e através dele, a fé extrema nesse Ser Supremo que não é de forma alguma injusto como eu supunha quando era católica: é um Deus de amor e de misericórdia infinita.

(Zailda Mendes)

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Os "responsos" de minha avó

Desde pequena acostumei-me a ver coisas "diferentes". Sempre que alguma coisa sumia era só falar com minha avó. Se fosse uma coisa importante ela se fechava em seu quarto em meditações e orações e quando saía de lá simplesmente ordenava:

- Olhe na segunda gaveta da cômoda.

E ia para a cozinha, como se a coisa já estivesse resolvida e fosse a mais natural do mundo. Era só ir lá na segunda gaveta da cômoda e lá estava o objeto perdido, tão certo quando dois e dois serem quatro.

E vinham pessoas de fora falar com minha avó, e era a mesma cena, com a diferença que ela pedia que as pessoas fossem para suas casas que assim que terminasse o responso ela as avisaria.

Lembro-me que nessa época em Araçatuba só se conseguiam empregadas domésticas quando acabava a colheita do algodão. Quando a colheita recomeçava elas largavam as casas onde trabalhavam e iam para o campo novamente, mas bastava terminar a colheita que elas visitavam as casas, em grupos de 2 ou 3, procurando empregos.

Naquela época também era comum as mulheres contratarem empregadas sem referências porque a criminalidade ainda não estava nos níveis de agora, principalmente no interior do estado, portanto minha avó costumava contratar essas moças que passavam de casa em casa em busca de emprego.

Dentre as centenas que passaram por minha casa houve uma que trabalhou muito bem no primeiro dia mas não apareceu no segundo. Eu senti muito porque sempre que havia empregada nova eu ficava rodeando-a, xeretando e conversando. Perdera a nova amiga, portanto. À tarde resolvi dar um passeio e não encontrei meu vestido novo e nem meu tamanco anabela. Fui falar com minha avó. Ela entrou em seu quarto e de lá saiu com a cara muito fechada. Disse-me apenas que a acompanhasse.

Morávamos no centro de Araçatuba e fomos caminhando até chegar a um bairro afastado, o bairro São João, que na época era cheio de vielas com casas pobres e barracos. Paramos numa das ruas e ela bateu palmas em uma casa. Fiquei surpresa porque minha avó era analfabeta e não perguntava o endereço das empregadas, mesmo porque ela não conseguiria se lembrar depois. Caso a empregada passasse no "período de experiência" era minha tarefa então anotar seu endereço.

Assim que ela bateu palmas saiu de lá de dentro a tal empregada fujona, com uma cara lambida. Minha vó foi logo dizendo a ela pra buscar o vestido, o tamanco e o short azul.

"Mas que short?" - pensei eu, que não havia dado falta de short nenhum. Mas minha vó sabia do que estava falando, porque daí a pouco veio a moça com uma sacolinha. Dentro estavam meu vestido, meu tamanco e meu short azul, que eu nem sabia que havia sumido.

Acho que "herdei" alguma coisa de minha avó, não tão apurada quanto a dela, mas quando alguma coisa some em casa, se eu fechar os olhos e me concentrar consigo "visualizar" onde a coisa está. Isto é, na maioria das vezes e se a coisa estiver mesmo em casa. No caso dela (que não sei explicar) era bem mais forte porque ela realmente "sabia" exatamente onde estava qualquer objeto perdido.

(zailda coirano)

sexta-feira, 30 de maio de 2008

A despedida

Eu tinha uns 15 anos e morava em Diadema com minha tia e minha avó quando esta se deu. Já era bem tarde, cerca de uma da manhã e elas já estavam deitadas a algum tempo e eu ficara vendo um filme de terror. Sempre adorei filmes de terror mas este devia ser daqueles pavorosos, e quando eu ficava com medo deixava o cachorro entrar e ele se deitava perto de mim no sofá, assim eu me sentia mais protegida e não sentia tanto medo.

De repente a porta da sala que dava para o corredor e o quarto de minha tia se abriu e ela, com os olhos vermelhos de quem acabara de acordar me perguntou:

- Você me chamou?

Eu estava tão compenetrada no filme que me assustei quando ela abriu a porta, fiz que não, eu não a chamara.

- Estranho - disse ela - eu ouvi alguém chamar meu nome distintamente e foi tão alto que me acordou.

- Vai ver você estava sonhando - eu disse para encerrar de novo aquela conversa que estava já me cansando e voltar a ver o filme.

Ela voltou para seu quarto, mas nem meia hora havia se passado e apareceu na sala de novo. Novo sobressalto.

- Que foi, tia Cida? - perguntei impaciente.

- Dessa vez eu tenho certeza que ouvi. Chamou 3 vezes e ainda bateram na janela. Gritaram "Cida, Cida, Cida". É impossível você não ter escutado.

- Não escutei nada. E olhe que o Tupi (o cachorro) está aqui comigo. Se alguém tivesse chamado ele teria latido. Você estava sonhando de novo.

Dessa vez ela não se convenceu e sentou-se no sofá, resmungando que não estava louca e não sonhara, tinha certeza de que a estavam chamando. Pra me ver livre dela logo, abri a porta da sala e fomos juntas lá fora ver se havia pelo menos o rastro de alguém. Nada. Silêncio total, apenas algumas folhas se moviam com o vento.

Mesmo assim ela não se conformou, sentou-se no sofá e ficou lá resmungando e dando palpites nas cenas do filme. Eu já estava ficando irritada com aquilo quando ouvimos claramente alguém bater palmas no portão.

- Credo! - disse ela, fazendo o sinal da cruz no peito - A essa hora só pode ser coisa ruim.

Naquele tempo ainda não tínhamos telefone, aliás quase ninguém tinha. Abri a porta sobressaltada e dei com um policial no portão e uma viatura da polícia civil.

- Dona Maria Aparecida Coirana mora aqui?

Fiz que sim com a cabeça. O susto me deixara sem voz.

Minha tia se adiantou e foi até o portão e ouvi quando o policial explicou:

- A senhora conhece a Dona Rita Prates?

Ela disse que sim, que Rita Prates era sua tia, irmã de sua mãe.

- Acabaram de ligar para a delegacia, de Araçatuba. Pediram que lhe avisasse que Dona Rita Prates faleceu há meia hora.

Essa foi a primeira de muitas vezes em que isso se repetiu. Acabamos por incorporar a idéia de que todos os parentes e amigos que partissem passariam por nossa casa para "avisar" minha tia, ou quem sabe para se despediram. Presenciei esse fato repetindo-se vezes sem conta e sempre da mesma maneira. Minha tia ouvia os chamados e já ficávamos à espera do aviso no portão e da chamada telefônica depois que compramos um telefone. E apesar de não saber como explicar isso, o aviso nunca falhou.

(zailda coirano)

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo

Completando 10 anos de atividade virtual, o centro é uma ótima fonte de pesquisa e estudo do espiritismo. Se você se interessa pelo assunto e quer aprender mais, clique no link abaixo:

CVDEE

domingo, 25 de maio de 2008

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