quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Um sentido novo à vida

(Essa postagem é continuação de "Nosso destino está traçado", se você não a leu, leia antes de ler essa aqui)

Comecei a conversar todas as noites com o rapaz que tão formalmente iniciara essa amizade. Eu ouvi seus problemas, de seu namoro desfeito, de sua solidão, e depois fui também falando dos meus, de meus relacionamentos terminados e minha firme determinação de ficar enfiada em casa até o último de meus dias.

A amizade crescia, às vezes nos emocionávamos com nossas histórias, mas mais freqüentemente ríamos de nossas piadas particulares. Ele gostava de meu humor ácido, eu de seus trocadilhos e sua rapidez de raciocínio. Em um mês éramos amigos íntimos e nossa conversa antes de dormir era a melhor parte de meu dia.

As conversas se espichavam, compridas, a cada dia eu passava mais tempo na frente do computador, chegando ao record de 17 horas seguidas num sábado. Se perguntarem sobre o que falávamos, não sei dizer ao certo. Falávamos de tudo e de coisa nenhuma. Apenas falávamos e ouvíamos. Pela primeira vez eu sentia que alguém nesse mundo me entendia, mesmo estando a milhares de quilômetros, com um mar no meio nos separando.

Com pouco mais de um mês de conversa ele queria me ver pessoalmente. Resisti a princípio mas depois pensei: que estou perdendo? E acabamos por combinar que ele viria ao Brasil no carnaval de 2006 e nos encontraríamos em São Paulo. Para mim seria uma viagem de 700 km e ele iria atravessar o Atlântico.

Depois de combinarmos o encontro ficamos ainda mais íntimos, a ponto de eu pensar que estava apaixonada e que havia encontrado minha alma gêmea. A cada dia minha ansiedade crescia, a ponto de eu não conseguir mais esperar pelo momento, e recomecei a sonhar. Mas quanto mais tempo eu dedicava às nossas conversas, mais meus filhos me criticavam, achavam que ele era apenas um desocupado se divertindo às minhas custas, um tarado da internet, um louco seqüestrador. Quanto mais se aproximava o dia de minha viagem mais aumentava a pressão deles tentando me fazer desistir.

Mas eu já tinha tomado uma decisão e iria até o fim, custasse o que custasse. Dentro de mim algo me dizia que meu destino passava por São Paulo, que eu tinha que vir, que algo muito importante e que iria mudar minha vida estava me esperando aqui. E essa sensação crescia conforme os dias passavam.

O dia da viagem se aproximava e 2 noites antes ele não apareceu para conversar. Nem no dia seguinte, nem no dia da viagem. Meus filhos e amigos redobraram seus esforços para me fazer desistir, dizendo que se ele não aparecia para conversar na internet também não apareceria em São Paulo.

A essa altura a cidade inteira já sabia de minha "aventura" e todos queriam dar sua opinião, uns medrosos me falando de histórias horripilantes sobre gente que vai se encontrar com quem conheceu pela internet, outros entusiasmados, talvez vivendo minha história como se fosse a deles, ou algo que gostariam de também vivenciar. Mal sabiam eles que tanto fazia se eram contra ou a favor pois dentro de mim a decisão já estava tomada.

No dia combinado entrei no ônibus com o coração aos pulos e senti que ia de encontro ao meu destino.

(Essa história continua na postagem "De encontro ao meu destino")

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