quinta-feira, 22 de maio de 2008

Pedindo para nascer

É comum os filhos, em momentos de revolta, dizerem aos pais:

- Eu não pedi pra nascer!

Mas isso não é verdade. Segundo a doutrina espírita todos nós pedimos, chegamos a implorar pela chance de reencarnar e ter uma nova chance de evolução. A cada reencarnação temos a chance de crescer e nos tornarmos espíritos mais elevados e é o que almejam todos os que estão desencarnados.

Os que já se foram aguardam ansiosamente o momento de voltarem ao nosso convívio como forma de expiar suas faltas ou simplesmente crescer espiritualmente. Alguns espíritos mais elevados vêm ao nosso mundo com determinada missão que lhes é confiada pelo Criador.

Os sofrimentos e perdas pelos quais passamos nessa vida são uma forma de expiação e podem ser usados para nosso amadurecimento. Espíritos menos evoluídos revoltam-se e perdem aí pontos em sua evolução, muitas vezes voltando à estaca zero, regredindo ao estágio inicial.

Eu tinha um emprego confortável no banco, em termos materiais. Com ele conseguia suprir tudo o que era necessário à minha família, não só o essencial mas também proporcionando-lhes um certo conforto. Quando saí do banco, aos poucos fui perdendo tudo e passei por um período no qual todos os dias eu tinha que bolar uma maneira (através do trabalho, bem entendido) para conseguir comprar o almoço de minha família. No jantar eu nem pensava, era um luxo que não podíamos nos permitir naquela época.

Meus filhos, acostumados a uma vida onde tinham tudo o que queriam, reclamavam a todo momento, mas eu os acalmava e pensava: "se Deus permitiu que isso acontecesse é porque quer me ensinar alguma coisa". Exatamente como qualquer pai ou mãe, quando um filho não aprende o que tem que aprender pelo caminho mais fácil, Ele nos coloca "de castigo", para que pensemos no que vínhamos fazendo errado até então. Esse "castigo" é uma forma de fazer com que meditemos e lembremos qual foi a missão ou o compromisso que assumimos com Ele quando recebemos permissão para voltar.

Pensando dessa forma eu comecei a me lembrar da soberba com que eu me julgara enquanto tinha uma vida mais confortável, acreditando-me fazendo parte de uma "casta superior" de indivíduos que tinham uma certa renda mensal. Quantas e quantas vezes me senti superior, ao passar com meu marido em nosso carro pelas ruas, enquanto outros passavam fome. Lembrei-me da forma que eu via as pessoas mais humildes, julgando-as inferiores porque não tinham capacidade de ganhar e acumular bens como eu!

Aos poucos fui aprendendo a viver com mais humildade, e à medida que esse longo aprendizado acontecia, as coisas foram mudando e minha família se reestruturou de forma bem diversa. Acredito que esse período de "vacas magras" nos aproximou mais uns dos outros e nos ensinou a dar valor a coisas que antes nem sequer levávamos em conta. Aprendemos a valorizar o amor que tínhamos uns pelos outros, a ajuda que dávamos e recebíamos de nossos verdadeiros amigos, a não julgar os outros pela sua posição na escala social.

Aprendemos muitas coisas que com certeza foram e sempre serão úteis para cada um de nós avançar na escala espiritual, deixando de lado os valores materiais dessa sociedade de castas na qual vivemos, onde se valoriza apenas o dinheiro e a aparência.

Tudo o que nos acontece de ruim serve para nosso crescimento, se conseguirmos encarar as provações como formas de aprendizado. Amargas muitas vezes, mas nem sempre o remédio pode vir em doses homeopáticas ou com gosto agradável.

(zailda coirano)

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