Dizem que a primeira impressão é a que fica. Quando conheci Marques ele era pouco mais que um garoto e foi assim que o vi: um garoto metido que se achava "o cara". Ele por seu lado me viu tal qual eu era então: uma mulher orgulhosa, voluntariosa, prepotente.
Isso foi há mais de 20 anos e nos encontramos pela primeira vez em uma festa na qual mal nos falamos, apenas um aperto de mão e talvez um aceno de cabeça, essas coisas de praxe.
O destino fez com que cada um seguisse seu caminho: ele viveu um casamento de 18 anos, uma relação dolorosa e arrastada que o lhe deixou mágoas e cicatrizes. Eu me debati entre muitas relações, nas quais buscava compreensão e o amor verdadeiro. Como eu me mudara de Diadema, durante anos mais de 600 km nos separavam.
Mas durante esse tempo a vida nos ensinou e nos moldou, e nunca deixamos de procurar o verdadeiro amor, o par perfeito com quem pudéssemos ter uma relação equilibrada e harmoniosa.
Um dia, por essa ironias da vida, vim a São Paulo na última tentativa de encontrar a alma gêmea, esse ser que eu tanto ansiava amar. Mas à medida que os minutos de minha espera se transformavam em horas e esse ser não aparecia, minha esperança se desvanecia como areia que escapa pelo vão dos dedos.
Ao final, como refúgio para meu desencanto e decepção, fui para a casa da mãe de Marques, minha amiga e comadre há muitos anos. Quando cheguei as palavras foram pequenas para descrever o que eu sentia e o que se passara, e então as lágrimas falaram por mim.
Marques se aproximou porque aquela mulher capaz de viajar quase 700 km em busca de um amor de verdade não condizia com a imagem que ele guardara de mim esses anos todos. Eu me sentia derrotada e ele se curava de uma depressão após a separação.
Assim começamos a conversar, dois seres humanos querendo ser ouvidos e entendidos, com a alma nua e o peito aberto e sem reservas. Naqueles olhos castanhos que pareciam ler minha alma eu mergulhei minhas queixas e minhas histórias e aos poucos fomos reconhecendo um no outro o gêmeo do qual fomos separados ao nascer.
O amor brotou, cresceu, deu galhos e frutos.
Creio que a primeira impressão é importante mas em nosso caso ela teve que ser reformulada, pelo muito que a vida nos mudou. Somos hoje outras pessoas, que nada têm a ver com o que éramos há vinte e tantos anos. A vida se encarregou de nos separar porque ainda não era a hora de nos pertencermos. Não estávamos ainda prontos, tínhamos um longo caminho pela frente antes de nos encontrarmos novamente frente a frente, com a defesas baixadas para que a vida finalmente nos apresentasse uma segunda chance de ser feliz.
(escrito por Zailda Coirano)
Isso foi há mais de 20 anos e nos encontramos pela primeira vez em uma festa na qual mal nos falamos, apenas um aperto de mão e talvez um aceno de cabeça, essas coisas de praxe.
O destino fez com que cada um seguisse seu caminho: ele viveu um casamento de 18 anos, uma relação dolorosa e arrastada que o lhe deixou mágoas e cicatrizes. Eu me debati entre muitas relações, nas quais buscava compreensão e o amor verdadeiro. Como eu me mudara de Diadema, durante anos mais de 600 km nos separavam.
Mas durante esse tempo a vida nos ensinou e nos moldou, e nunca deixamos de procurar o verdadeiro amor, o par perfeito com quem pudéssemos ter uma relação equilibrada e harmoniosa.
Um dia, por essa ironias da vida, vim a São Paulo na última tentativa de encontrar a alma gêmea, esse ser que eu tanto ansiava amar. Mas à medida que os minutos de minha espera se transformavam em horas e esse ser não aparecia, minha esperança se desvanecia como areia que escapa pelo vão dos dedos.
Ao final, como refúgio para meu desencanto e decepção, fui para a casa da mãe de Marques, minha amiga e comadre há muitos anos. Quando cheguei as palavras foram pequenas para descrever o que eu sentia e o que se passara, e então as lágrimas falaram por mim.
Marques se aproximou porque aquela mulher capaz de viajar quase 700 km em busca de um amor de verdade não condizia com a imagem que ele guardara de mim esses anos todos. Eu me sentia derrotada e ele se curava de uma depressão após a separação.
Assim começamos a conversar, dois seres humanos querendo ser ouvidos e entendidos, com a alma nua e o peito aberto e sem reservas. Naqueles olhos castanhos que pareciam ler minha alma eu mergulhei minhas queixas e minhas histórias e aos poucos fomos reconhecendo um no outro o gêmeo do qual fomos separados ao nascer.
O amor brotou, cresceu, deu galhos e frutos.
Creio que a primeira impressão é importante mas em nosso caso ela teve que ser reformulada, pelo muito que a vida nos mudou. Somos hoje outras pessoas, que nada têm a ver com o que éramos há vinte e tantos anos. A vida se encarregou de nos separar porque ainda não era a hora de nos pertencermos. Não estávamos ainda prontos, tínhamos um longo caminho pela frente antes de nos encontrarmos novamente frente a frente, com a defesas baixadas para que a vida finalmente nos apresentasse uma segunda chance de ser feliz.
(escrito por Zailda Coirano)