domingo, 25 de maio de 2008

A missão dos pais

Quando alguém reencarna os pais são cuidadosamente escolhidos, portanto quando temos um filho devemos entender que o Criador nos confiou uma missão, que espera que cumpramos porque sabe que estamos capacitados para tanto. Os pais são de grande valia porque devem auxiliar os filhos a perceber suas deficiências e fraquezas morais. bem como capacitá-lo para lidar com elas, não permitindo que comprometam seu desenvolvimento espiritual.

Ao reencarnar temos uma chance de nos melhorar como pessoas, de moldar nosso caráter e aperfeiçoar nosso espírito para nos tornarmos alguém melhor. Nisso os pais devem auxiliar, mostrando aos filhos a diferença entre certo e errado, dando o exemplo para que aos poucos aprendam a dominar as tendências nocivas ao desenvolvimento do caráter e ao convívio com outros seres humanos.

Pais permissivos que acham todas as coisas erradas que o filho faz "uma gracinha", além de não estarem contribuindo em nada para o refinamento de seu espírito, estão reforçando características indesejáveis, que vão afastá-lo do caminho do aperfeiçoamento. Pais que jamais dizem "não", que tratam os filhos como se tudo o que fazem fosse perfeitamente aceitável estão furtando-se à missão que lhes foi confiada, permitindo que o espírito de seu filho regrida vários estágios, que terá que vencer no futuro através de sucessivas reencarnações.

Encare seu filho como um diamante bruto que lhe foi confiado pelo Pai, e considere sua missão devolvê-lo um dia lapidado e com um valor muito maior do que tinha antes de ser entregue aos seus cuidados, porque com certeza você terá que prestar contas disso quando chegar o momento.

(zailda coirano)

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Premonição

S. era minha amiga há alguns anos, vez por outra vinha à minha casa e passávamos horas conversando sobre amenidades ou assuntos mais sérios. Fosse pessoalmente ou por telefone nosso papo sempre fluía alegre e interessante, tínhamos muita coisa em comum.

Naquela tarde ela apareceu sem que eu a esperasse, e ela sempre combinava comigo antes quando pretendia me visitar porque eu costumava sair no final de semana. Assim que a vi no portão notei que ela estava diferente, talvez um pouco alterada. Ela tinha a pele clara mas naquele dia estava um tanto pálida, seus olhos tinham um brilho diferente e estava muito agitada. Fumava um cigarro atrás do outro, gesticulava muito, falava sem parar, levantava e sentava várias vezes.

Logo que começamos a conversar notei que logo atrás dela havia uma espécie de sombra, algo como um esboço da figura dela, um pouco maior que minha amiga. A princípio era apenas uma leve imagem, como a que se forma com o vapor, mas aos poucos senti que ia se tornando mais e mais visível.

À essa época eu já estava acostumada a ver coisas estranhas para as quais já havia desistido de buscar explicações e tinha também aprendido a viver com elas. Enquanto conversávamos fui aos poucos passando o braço pelo encosto do sofá tentando tocar "a coisa", mas assim que minha mão se aproximou a "imagem" se afastou tomando uma forma levemente côncava em volta do local onde eu estava com a mão.

Imediatamente minha amiga parou de falar e estremeceu de leve.

- Credo, senti um arrepio. - disse ela.

Mas logo continuou a tagarelar. Ela estava bem falante naquele dia, contando como fora sua semana e as brigas com o namorado com quem estava já há 3 anos e com o qual brigava e reatava toda semana.

Passamos assim a tarde toda, ela falando pelos cotovelos e eu notando que a figura atrás dela a cada hora tornava-se mais nítida e vez por outra tentando tocá-la (talvez assim se tornasse mais real para mim), mas sem sucesso.

Já estava tarde quando ela resolveu que já era hora de ir para casa, já ia saindo com aquela sombra que a acompanhava, mas ao sair pela porta virou-se, veio em minha direção e deu-me um abraço apertado.

- Você é minha melhor amiga - disse. Virou-se e foi embora. Do portão fiquei acompanhando com os olhos enquanto ela se afastava e ela deve ter pressentido meu olhar em suas costas, porque antes de dobrar a esquina virou-se e acenou um "tchau". Senti um aperto no coração e um nó na garganta que não soube explicar até que à noite a mãe de S. me ligou aos prantos, dizendo que sua filha acabara de dar entrada no pronto-socorro da cidade onde teve uma parada cardíaca e não foi possível...

Eu já não estava mais escutando, tudo que me vinha à cabeça era a estranha figura que viera com ela, sua tagarelice anormal, o fato de ter-se virado para me dar um abraço como se estivesse se despedindo e o aceno final. Nunca mais a veria, pelo menos não nesse mundo, e ela aparentemente sabia disso.

(zailda coirano)

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Pedindo para nascer

É comum os filhos, em momentos de revolta, dizerem aos pais:

- Eu não pedi pra nascer!

Mas isso não é verdade. Segundo a doutrina espírita todos nós pedimos, chegamos a implorar pela chance de reencarnar e ter uma nova chance de evolução. A cada reencarnação temos a chance de crescer e nos tornarmos espíritos mais elevados e é o que almejam todos os que estão desencarnados.

Os que já se foram aguardam ansiosamente o momento de voltarem ao nosso convívio como forma de expiar suas faltas ou simplesmente crescer espiritualmente. Alguns espíritos mais elevados vêm ao nosso mundo com determinada missão que lhes é confiada pelo Criador.

Os sofrimentos e perdas pelos quais passamos nessa vida são uma forma de expiação e podem ser usados para nosso amadurecimento. Espíritos menos evoluídos revoltam-se e perdem aí pontos em sua evolução, muitas vezes voltando à estaca zero, regredindo ao estágio inicial.

Eu tinha um emprego confortável no banco, em termos materiais. Com ele conseguia suprir tudo o que era necessário à minha família, não só o essencial mas também proporcionando-lhes um certo conforto. Quando saí do banco, aos poucos fui perdendo tudo e passei por um período no qual todos os dias eu tinha que bolar uma maneira (através do trabalho, bem entendido) para conseguir comprar o almoço de minha família. No jantar eu nem pensava, era um luxo que não podíamos nos permitir naquela época.

Meus filhos, acostumados a uma vida onde tinham tudo o que queriam, reclamavam a todo momento, mas eu os acalmava e pensava: "se Deus permitiu que isso acontecesse é porque quer me ensinar alguma coisa". Exatamente como qualquer pai ou mãe, quando um filho não aprende o que tem que aprender pelo caminho mais fácil, Ele nos coloca "de castigo", para que pensemos no que vínhamos fazendo errado até então. Esse "castigo" é uma forma de fazer com que meditemos e lembremos qual foi a missão ou o compromisso que assumimos com Ele quando recebemos permissão para voltar.

Pensando dessa forma eu comecei a me lembrar da soberba com que eu me julgara enquanto tinha uma vida mais confortável, acreditando-me fazendo parte de uma "casta superior" de indivíduos que tinham uma certa renda mensal. Quantas e quantas vezes me senti superior, ao passar com meu marido em nosso carro pelas ruas, enquanto outros passavam fome. Lembrei-me da forma que eu via as pessoas mais humildes, julgando-as inferiores porque não tinham capacidade de ganhar e acumular bens como eu!

Aos poucos fui aprendendo a viver com mais humildade, e à medida que esse longo aprendizado acontecia, as coisas foram mudando e minha família se reestruturou de forma bem diversa. Acredito que esse período de "vacas magras" nos aproximou mais uns dos outros e nos ensinou a dar valor a coisas que antes nem sequer levávamos em conta. Aprendemos a valorizar o amor que tínhamos uns pelos outros, a ajuda que dávamos e recebíamos de nossos verdadeiros amigos, a não julgar os outros pela sua posição na escala social.

Aprendemos muitas coisas que com certeza foram e sempre serão úteis para cada um de nós avançar na escala espiritual, deixando de lado os valores materiais dessa sociedade de castas na qual vivemos, onde se valoriza apenas o dinheiro e a aparência.

Tudo o que nos acontece de ruim serve para nosso crescimento, se conseguirmos encarar as provações como formas de aprendizado. Amargas muitas vezes, mas nem sempre o remédio pode vir em doses homeopáticas ou com gosto agradável.

(zailda coirano)

domingo, 18 de maio de 2008

Sonho ou realidade?

Todos sonhamos enquanto dormimos, mesmo se não nos lembramos de ter sonhado. E a característica principal do sonho é a falta de lógica. Num momento estamos voando, no outro comendo um pedaço de bolo. Estamos num lugar onde não nos lembramos de ter entrado e a seguir já estamos em outro lugar. Pegamos uma maçã que logo se transforma em uma cobra. Os psicólogos dizem que os sonhos são mensagens de nosso inconsciente e tentam interpretá-los.

Mas às vezes chamamos de "sonho" algo que não é sonho, fatos que aconteceram realmente. Nessas ocasiões nosso espírito se liberta de nosso corpo físico e se conversamos com alguém que já se foi, essa conversa tem princípio, meio e fim. É comum acordarmos com a sensação de que essa conversa era real, que de fato aconteceu. E a verdade é que nossa sensação é a pura realidade.

Esses "encontros" são fáceis de identificar porque têm lógica, acontecem no "sonho" como aconteceriam na realidade como assim a conhecemos. Quando estamos em algum lugar nos lembramos de ter chegado. Se estamos em uma cadeira nos lembramos de ter sentado. E não acontecem coisas "mágicas" como coisas se transformando ou nos mudarmos de um lugar para outro como passe de mágica.

Quando você tiver um "sonho" assim, pode ter certeza de que não é sonho: realmente aconteceu.

(zailda coirano)

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