quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

A chamada

Eles se despediram no portão da casa dela com um beijo carinhoso, como sempre. Ele a observou enquanto abria o portão e ficou olhando até que ela desapareceu por trás deste. Era tarde e ele seguiu o caminho de sua casa, ia feliz relembrando os momentos agradáveis que haviam passado naquela noite.

Enquanto caminhava para casa, ele ia distraído imaginando o que diria a ela quando chegasse em casa, porque aquilo já era um ritual só deles: assim que chegava já ligava no celular dela pra desejar-lhe boa noite. E ela ficava esperando essa ligação sem a qual não conseguia dormir.

Ele ia assim, pensativo e distraído, quando ao passar em frente a um hospital ouviu um ruído forte e ao virar-se viu apenas uma ambulância que saía apressada. Então não viu mais nada.

Ela em seu quarto esperava o telefonema carinhoso que tardava. Ela já estava aflita, já era tempo de ele ter chegado em casa. Será que esquecera? Estendeu a mão para pegar no celular pela décima vez quando ele tocou. O celular era um amigo que a acompanhava porque através dele os dois mantinham contato o dia inteiro. A cada folga no trabalho ela ligava para seu amado e ele fazia o mesmo. Ela olhou a telinha, onde o nome dele aparecia. Era ela chamando-a.

Ela atendeu alegre, mas a ligação estava ruim, a voz dele parecia vir de longe, soava fraca e mal podia ouví-la.

- Sou eu, meu amor. Só liguei pra te dizer ADEUS.

E a ligação foi cortada. Aquilo era uma brincadeira - pensou ela. Indignada ligou de volta imediatamente. Alguns segundos depois, que pra ela pareceram séculos, uma voz de homem atendeu. De forma confusa ela entendeu que estava falando com um sargento da polícia militar.

- Moça, sou o sargento Pereira e o dono desse celular sofreu um acidente. A senhora é parente dele?

- Acidente como? Ele acabou de me ligar, então liguei de volta!

- Mas quando ele ligou pra senhora?

- Ora, não faz nem 2 minutos!

- Impossível, minha senhora. O acidente aconteceu há mais de meia-hora, e infelizmente não houve tempo de socorrê-lo, ele morreu no local.

Ela ficou do outro lado, o celular esquecido nas mãos, os olhos perdidos na escuridão do quarto, um frio impregnando-lhe a alma.

(por Zailda Mendes)

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A doutrina espírita

Conheci a doutrina espírita aos 20 anos, estava com uns problemas em casa e uma amiga de minha tia deu-me "O Livro dos Espíritos" para ler. Foi como se uma cortina tivesse aberto frente aos meus olhos. Todas as explicações que a igreja católica me sonegara durante anos sob o chavão "é a vontade de Deus" ficaram de repente muito claras.

Fui ensinada desde cedo que Deus é benevolente e é nosso pai, então como aceitar que alguém sofra, que fique doente, que morra à mingua? Que pai benevolente seria esse, permitindo que coisas ruins acontecessem a pessoas aparentemente boas e caridosas? Na doutrina espírita encontrei explicações que fazem todo o sentido e me convenceram de que realmente existem outras vidas, essa vida terrena que temos agora é apenas uma passagem, que nos levará a outras e outras existências.

Compreendo agora muitos fatos que antes eram absolutamente inexplicáveis para mim, aceito agora provações que antes me pareceriam monstruosas e injustas. Agora creio piamente que tudo tem uma razão de ser e que Deus realmente escreve certo por linhas tortas e tem, sim, um plano para cada um de nós.

Depois de compreender essas coisas minha vida tornou-se mais fácil e feliz, ficou muito melhor viver por aqui e entender o que se passa à minha volta. Sem conhecer a doutrina espírita eu não sei o que teria sido de mim, em que tipo de pessoa eu teria me transformado frente as provações pelas quais tive que passar ao longo desses cinquenta anos de vida.

Agradeço à alma amiga que um dia me apresentou ao espiritismo, que não professo como religião, mas antes entendo como uma filosofia de vida. E uma filosofia que procuro aplicar a tudo o que faço ou pretendo fazer no futuro.

(por Zailda Mendes)

sábado, 26 de janeiro de 2008

Você acredita em milagre?

Eu acredito em milagre. Pra mim milagre é algo tão certo quanto a água correr pra baixo ou haver nuvens no céu.

Quando Adeline entrou em coma aos 17 anos, passou 5 dias em estado desesperador, na UTI, sem reagir a medicação alguma. E eu passei esses dias sentada num sofá que havia em frente à entrada da UTI e todo dia podia vê-la por 15 minutos, das 15:00 às 15:15.

Enquanto ela estava lá por várias vezes eu assisti a um ritual que fazia parar meu coração. O mundo parava de girar enquanto eu via aparelhos serem colocados para o lado de fora e depois uma maca, com alguém coberto com um lençol era empurrado pra fora e permanecia ali alguns minutos, até alguém do necrotério vir buscar.

Minha filha estava lá dentro mas mesmo assim nas várias vezes em que isso ocorreu, nunca tive coragem de dar uns passos e levantar aquele lençol pra ver se era ela. Esperava pensando que se fosse ela logo viriam me avisar então eu ganharia alguns minutos sem saber dessa verdade cruel.

Bem, não aconteceu, mas ao final de 5 dias o médico me chamou e disse que como ela estava há cinco dias no limite entre a vida e a morte, recebendo medicação mas o estado dela não havia mudado em nada, no dia seguinte viria um neurologista pra fazer uma avaliação, e caso fosse constatada morte cerebral alguém da família deveria estar lá para assinar a autorização pra desligar os aparelhos.

À família ela aconselhou que rezássemos. Ora, quando um médico te manda rezar, pode ter certeza que a coisa está mesmo muito feia. E como eu sempre segui à risca as ordens médicas, fui pra igreja rezar.

Logo senti uma extrema dificuldade de seguir a ordem médica porque fazia tanto tempo que eu não entrava numa igreja que já não me lembrava como se reza lá. Resolvi então rezar do jeito que eu sempre faço. Minha tia, que é mais espírita que católica enchia meus ouvidos "peça o que for melhor pra ela, peça o que for melhor pra ela..."

Imaginei que era claro que ela nunca foi mãe. Imagina que eu ia pedir isso "o que for melhor pra ela", ia pedir que ela vivesse, que acordasse, que reagisse. E assim fiz. Até negociei, disse a Deus que como meu Anjo da Guarda era dos bons e com experiência nesse negócio de doença grave (já fui "desenganada" algumas vezes, mas ainda estou por aqui), que eu o esmprestaria a minha filha enquanto ela precisasse.

É, fiz assim mesmo, fui falando e pedindo logo pra Deus, fui direto no Chefão porque estando há tanto tempo afastada da igreja já não lembrava mais da hierarquia celeste. Se as freiras me vissem naquela hora, teriam um ataque.

Por mais incrível que pareça, uma semana antes da Adeline entrar em coma eu recebi um envelope pelo correio e dentro dele só havia uma citação da Biblia e era uma citação do Evangelho: Lucas, capítulo 10 (ou 11), versículos 10,11. Na hora da reza foi do que me lembrei, porque nesse capítulo Deus dizia: "bate e a porta se abrirá; pedi e será concedido..."

Eu só tinha que pedir com fé, e foi exatamente o que fiz. Acordamos no dia seguinte com o telefone tocando. De minha cama aquele ruído era um gemido que poderia ser uma sentença de morte. Meu tio atende. É surdo. Do quarto entendo que era mesmo do hospital. Desliga o telefone. Ouço passos em direção ao meu quarto. Segundos que parecem séculos depois, meu tio me chama:

- Era do hospital. Adeline acordou. Está pedindo xampu pra lavar o cabelo.

Eu acredito, e você? Acredita em milagre?

(por Zailda Mendes)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Quem sou eu


Sou casada e tenho 4 filhos adultos e 1 filho adolescente. Sou professora de inglês e espanhol desde 1998. Gosto de ler, escrever, ver filmes, ouvir música. Adoro internet e a uso não só como diversão mas também a trabalho, aproximando-me de meus alunos e colegas, compartilhando material. Também uso a internet para pesquisas em diversas áreas e para ficar sempre em dia com novidades que possa usar em minha profissão.

Nas (poucas) horas vagas desenho blogs e escrevo. Escrevo crônicas, artigos, revisões, trabalhos de escola, poesia. Quero aprender a desenhar também.

Além do inglês e espanhol também falo alemão, italiano, francês e japonês. Adoro idiomas e gramática de modo geral, pretendo aprender mais alguns enquanto estiver aqui no andar de baixo.

Tive educação católica e creio em Deus, mas não sigo nenhuma religião, portanto sou agnóstica. Sou corintiana e petista e moro em Diadema - berço do PT.

Estou em diversos sites e grupos, tenho redes e comunidades na internet. Abaixo segue a lista de meus blogs, talvez lhe interessem:


Interpretação de Textos - Blog de apoio dos grupos Google de interpretação em inglês, português e espanhol.
Como ensino... - Idéias para introduzir e trabalhar tópicos, sugestões, atividades e lesson plans.
Coração de Estudante - guia para alunos do CCAA, inglês e espanhol.
Português do Brasil - idéias e material para PSL (Português Segunda Língua).
Professor.net - soluções e tutoriais para que o professor possa fazer o melhor uso da internet e de seus recursos no ensino.
SOS - Inglês Online - minhas worksheets, idéias, testes, jogos e muito mais, para professores e alunos de inglês.
Uma luz na escuridão - minha visão do espiritismo.
Inglês com música - trabalhos e sugestões sobre o uso de músicas para ensinar inglês.
Brazil - People & Places - um pouco do Brasil para estrangeiros.
Questão de Classe - um blog de professor para professor, filosofia e prática de ensino.
Aprenda Fácil - sugestões e dicas para você aprender melhor.
Mestre com Carinho - apostilas, jogos, vídeos, música, para alunos de inglês e espanhol.

Qualquer dúvida ou problema, entre em contato por email.
assinatura
Gostou do blog? Recomende e volte sempre!
Contato

Ratings by outbrain

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails