quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Retrospectiva 2008

Final de ano é época de retrospectiva, de analisar o que fizemos de certo e errado no ano que passou. O que fizemos e deu bons resultados procuramos melhorar ainda mais e também tentamos corrigir os erros.

Não vou falar da análise pessoal, cada um deve fazer a sua em seu íntimo, mas o blog precisa de alguns ajustes. Para 2009 as promessas são:

  • mais consistência, com postagens diárias
  • mais organização para facilitar a leitura e a busca de artigos
  • mais interação com o leitor
Pretendo também para 2009 encontrar um colaborador para o blog, alguém que tope escrever sobre o espiritismo e que queira dividir o espaço comigo. Podem ser artigos semanais, o importante é trazer a doutrina espírita para os leitores.

No final de 2009 vamos analisar o que foi cumprido.

assinatura

Gostou do blog? Recomende e volte sempre!
Contato

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Conto de Natal

Sem dizer uma palavra, o homem deixou a estrada andou alguns metros no pasto e se deteve um instante diante da cerca de arame farpado. A mulher seguiu-o sem compreender, puxando pela mão o menino de seis anos.

— Que é?

O homem apontou uma árvore do outro lado da cerca. Curvou-se, afastou dois fios de arame e passou. O menino preferiu passar deitado, mas uma ponta de arame o segurou pela camisa. O pai agachou-se zangado:

— Porcaria...

Tirou o espinho de arame da camisinha de algodão e o moleque escorregou para o outro lado. Agora era preciso passar a mulher. O homem olhou-a um momento do outro lado da cerca e procurou depois com os olhos um lugar em que houvesse um arame arrebentado ou dois fios mais afastados.

— Péra aí...

Andou para um lado e outro e afinal chamou a mulher. Ela foi devagar, o suor correndo pela cara mulata, os passos lerdos sob a enorme barriga de 8 ou 9 meses.

— Vamos ver aqui...

Com esforço ele afrouxou o arame do meio e puxou-o para cima.

Com o dedo grande do pé fez descer bastante o de baixo.

Ela curvou-se e fez um esforço para erguer a perna direita e passá-la para o outro lado da cerca. Mas caiu sentada num torrão de cupim!

— Mulher!

Passando os braços para o outro lado da cerca o homem ajudou-a a levantar-se. Depois passou a mão pela testa e pelo cabelo empapado de suor.

— Péra aí...

Arranjou afinal um lugar melhor, e a mulher passou de quatro, com dificuldade. Caminharam até a árvore, a única que havia no pasto, e sentaram-se no chão, à sombra, calados.

O sol ardia sobre o pasto maltratado e secava os lameirões da estrada torta. O calor abafava, e não havia nem um sopro de brisa para mexer uma folha.

De tardinha seguiram caminho, e ele calculou que deviam faltar umas duas léguas e meia para a fazenda da Boa Vista quando ela disse que não agüentava mais andar. E pensou em voltar até o sítio de «seu» Anacleto.

— Não...

Ficaram parados os três, sem saber o que fazer, quando começaram a cair uns pingos grossos de chuva. O menino choramingava.

— Eh, mulher...

Ela não podia andar e passava a mão pela barriga enorme. Ouviram então o guincho de um carro de bois.

— Oh, graças a Deus...

Às 7 horas da noite, chegaram com os trapos encharcados de chuva a uma fazendinha. O temporal pegou-os na estrada e entre os trovões e relâmpagos a mulher dava gritos de dor.

— Vai ser hoje, Faustino, Deus me acuda, vai ser hoje.

O carreiro morava numa casinha de sapé, do outro lado da várzea. A casa do fazendeiro estava fechada, pois o capitão tinha ido para a cidade há dois dias.

— Eu acho que o jeito...

O carreiro apontou a estrebaria. A pequena família se arranjou lá de qualquer jeito junto de uma vaca e um burro.

No dia seguinte de manhã o carreiro voltou. Disse que tinha ido pedir uma ajuda de noite na casa de “siá” Tomásia, mas “siá” Tomásia tinha ido à festa na Fazenda de Santo Antônio. E ele não tinha nem querosene para uma lamparina, mesmo se tivesse não sabia ajudar nada. Trazia quatro broas velhas e uma lata com café.

Faustino agradeceu a boa-vontade. O menino tinha nascido. O carreiro deu uma espiada, mas não se via nem a cara do bichinho que estava embrulhado nuns trapos sobre um monte de capim cortado, ao lado da mãe adormecida.

— Eu de lá ouvi os gritos. Ô Natal desgraçado!

— Natal?

Com a pergunta de Faustino a mulher acordou.

— Olhe, mulher, hoje é dia de Natal. Eu nem me lembrava...

Ela fez um sinal com a cabeça: sabia. Faustino de repente riu. Há muitos dias não ria, desde que tivera a questão com o Coronel Desidério que acabara mandando embora ele e mais dois colonos. Riu muito, mostrando os dentes pretos de fumo:

— Eh, mulher, então “vâmo” botar o nome de Jesus Cristo!

A mulher não achou graça. Fez uma careta e penosamente voltou a cabeça para um lado, cerrando os olhos. O menino de seis anos tentava comer a broa dura e estava mexendo no embrulho de trapos:

— Eh, pai, vem vê...

— Uai! Péra aí...

O menino Jesus Cristo estava morto.

(Rubem Braga)


Texto extraído do livro "Nós e o Natal", Artes Gráficas Gomes de Souza - Rio de Janeiro, 1964, pág. 39.

Gostou do blog? Recomende e volte sempre!
Contato

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Comemoração do Natal

Interessante a colocação do artigo sobre a desvinculação do sentido do Natal, comemorado com lautos banquetes e o consumismo, esquecendo-se do principal. O espírito de natal deveria nos compelir a ajudar aos semelhantes e seguir o exemplo daquele cujo nascimento comemoramos nessa data.

A data deveria nos fazer refletir, pois Cristo levou uma vida modesta, sem luxos nem conforto, voltada para ajudar e ensinar ao próximo e por fim deu sua vida por nós. Ao contrário, a data acaba sendo dedicada ao consumismo e à ostentação, fazem lautos banquetes mas esquecem-se de convidar o aniversariante.

Leia mais em Comemoração espírita do natal

assinatura

Gostou do blog? Recomende e volte sempre!
Contato

domingo, 28 de dezembro de 2008

Papai Noel existe

Na noite de natal o Grupo espírita Allan Kardec de Taubaté doou brinquedos e alimentos. Perfeita a iniciativa, exemplo a ser seguido. Papai Noel existe.

Leia mais no Diário de Taubaté - Grupo espírita doa alimentos e brinquedos a famílias carentes

assinatura

Gostou do blog? Recomende e volte sempre!
Contato

sábado, 27 de dezembro de 2008

Corrupção e o espiritismo

Interessante o artigo Corrupção - a grande ilusão, analisando assuntos atuais à luz do espiritismo. Leia e tire suas conclusões.

assinatura

Gostou do blog? Recomende e volte sempre!
Contato

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Mensagem de natal

Feliz Natal a todos os leitores e visitantes do blog!


assinatura

Gostou do blog? Recomende e volte sempre!
Contato

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Uma história para fazer você pensar

Essa eu recebi por email, mas achei tão boa que resolvi postar aqui, acho que se encaixa perfeitamente ao tipo de postagens do blog:

Uma história para fazer você refletir

Ao meio dia, um pobre velho entrava no templo e, poucos minutos depois, saía. Um dia, o sacristão perguntou-lhe o que vinha fazer, pois havia objetos de valor no templo.

- Venho orar, respondeu o velho.

- Mas é estranho que você consiga orar tão depressa, disse o sacristão.

- "Bem - retrucou o velho -, eu não sei recitar aquelas orações compridas. Mas, diariamente, ao meio dia eu entro neste templo só falo: "Oi Jesus, é o Zé". Em um minuto, já estou de saída. É só uma oraçãozinha, mas tenho certeza que ele me ouve.

Alguns dias depois o Zé sofreu um acidente e foi internado num hospital. Na enfermaria, passou a exercer uma grande influência sobre todos. Os doentes mais tristes se tornaram alegres, e muitas pessoas arrasadas passaram a ser ouvidas.

Disse-lhe um dia a irmã:

- "Os outros doentes falam que foi você quem mudou tudo aqui na enfermaria. Eles dizem que você está sempre tão alegre..."

- "É verdade, irmã, estou sempre alegre. É por causa daquela visita que recebo todo dia, me trazendo felicidade" - disse o homem.

A irmã ficou atônita. Já notara que a cadeira encostada na cama do Zé estava sempre vazia. Ele era um velho solitário.

- "Que visita? A que horas?"

Diariamente, ao meio-dia, respondeu o Zé, com um brilho nos olhos. Ele vem, fica ao pé da cama. Quando olho para ele, sorri e diz:

- "Oi Zé, é o Jesus."


Não importa o tamanho da oração e sim a comunhão que através dela temos com `Deus´.


(Autor Desconhecido)

Essa me fez pensar bastante, sobre a validade de se recitar orações puramente decoradas só porque se acha na obrigação de fazê-lo. Muitas vezes a sinceridade de querer apenas "falar" com Deus, dizer o que está em sua alma e em seu coração tem muito mais valor.

assinatura

Gostou do blog? Recomende e volte sempre!
Contato

Gêmeos siameses e o espiritismo

Achei um artigo muito interessante sobre o assunto: "Gêmeos siameses e o espiritismo", que analisa a ocorrência de gêmeos siameses à luz da ciência e à luz do espiritismo. Vale a pena conferir.

Será que os casos de gêmeos unidos por partes do corpo físico têm relação com grandes conflitos de dois espíritos ao longo das reencarnações?

Leia mais no site Humildes com Jesus - Gêmeos siameses e o espiritismo.

assinatura

Gostou do blog? Recomende e volte sempre!
Contato

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Libertando as amarras

(Essa postagem é uma continuação dos posts
Nosso destino está traçado
Um sentido novo à vida
De encontro ao meu destino
Nas entrelinhas
portanto leia primeiro os outros para entender a história)

Foi muito difícil explicar ao rapaz o que tinha acontecido durante as semanas que ele estivera em coma. No fundo eu me sentia "culpada", quase como uma traidora, mas depois eu dizia a mim mesma que nem sequer o conhecia. Eu agira exatamente como o combinado, e se as coisas tomaram o rumo que tomaram não foi culpa de ninguém, simplesmente é porque era assim que tinha que acontecer.

Também foi duro despedir-me de meus filhos, mas 4 já eram adultos e tinham suas vidas já ajeitadas, o caçula ficaria a cargo de meu ex-marido. Sair da escola onde eu dera aulas por 10 anos também não foi fácil, mas quem disse que é fácil recomeçar? É impossível fazer uma omelete sem quebrar os ovos, e se eu queria viver o amor de minha vida ao lado de minha alma gêmea tinha que abrir mão de muita coisa. E essas pessoas todas, tão caras para mim, tinham suas vidas para viver e ficar à sua sombra não era suficiente para me fazer feliz. Fui então em busca de minha felicidade.

No início a adaptação não foi fácil, era o ambiente novo da escola, uma nova visão do meu trabalho que hoje me estimula, mas que na época foi uma causa a mais de stress. E eu ficava pensando se conseguiria vencer mais essa. Marques sempre ao meu lado me dizendo que reconheceriam meu valor e se acostumariam à minha forma de trabalhar. Minha comadre não queria outra nora e fazia pressão para que o namoro acabasse, até a ex dele começou a dar trabalho, fazendo chantagem sentimental com o filho pequeno e me passando trotes no celular.

Havia momentos em que eu achava que tinha feito uma grande bobagem e que teria sido melhor ter ficado onde eu estava, curtindo um relacionamento à distância pela internet, sem grandes alegrias mas também sem ter que me adaptar, aprender, vencer novas batalhas. Mas logo em seguida percebia que aos poucos as coisas iam tomando forma, meu trabalho era reconhecido, alunos e colegas passaram a me respeitar.

A ex de Marques arranjou um namorado, minha comadre conformou-se em ter uma nova nora, as coisas começaram a entrar nos eixos e comecei a curtir minha vida nova. Namorar era quase uma experiência nova depois de tanto tempo, tanto para mim quanto para ele.

Em maio de 2007 eu e Marques nos unimos e assim que meu divórcio saiu nos casamos. Após 1 ano e 7 meses de união estamos na maior felicidade. Nunca discutimos nem brigamos e os momentos que passamos juntos são os melhores de nosso dia.

Meu caçula veio morar conosco e dois dos adultos vieram morar aqui também. Aos poucos aceitaram minha nova vida e meu novo marido. Hoje vejo que se não tivesse vindo a São Paulo conhecer alguém que jamais apareceu nada disso teria acontecido. Da forma mais imprevisível, com voltas e reviravoltas, acabei encontrando tudo o que vim procurar. Na verdade, encontrei muito mais do que julguei possível e estou feliz ao lado da minha cara metade.

Acho que todos os que têm a coragem de ir atrás do que procuram e que não têm medo das mudanças são recompensados. Quando as oportunidades surgem em nossa vida temos que aproveitá-las porque pode ser que o que você mais quer esteja logo ali, depois da curva do caminho. Basta você seguir em frente que o encontrará.

Essa história pode parecer meio maluca mas imagino que só aconteceu porque nos permitimos ser guiados por nossa voz interior, que nos dizia os próximos passos a serem dados para a concretização de nosso destino. Não foi fácil chegar até aqui mas tudo o que vivemos compensou pela vida que temos agora. É como se diz: Deus escreve certo por linhas tortas.


assinatura

Gostou do blog? Recomende e volte sempre!
Contato

Nas entrelinhas

(Esta postagem é uma continuação dos posts:
Nosso destino está traçado
Um sentido novo à vida
De encontro ao meu destino
portanto leia antes as postagens anteriores para entender a história desde o início.)

Da viagem até a casa de minha comadre lembro pouca coisa, apenas paisagens estranhas turvadas por lágrimas, rostos desconhecidos olhando-me com curiosidade, pensamentos desconexos cruzando-me a mente em átimos de segundos. Quando finalmente desci do ônibus em frente à casa dela foi como se um século ou uma vida inteira tivessem passado. Eu trazia nos ombros o peso de sonhos despedaçados, castelos desfeitos, amores inacabados.

Do outro lado da rua vi um homem parar e me acenar para que eu atravessasse e reconheci nele o filho de minha comadre. Entreguei minha vida àquele gesto e fui de encontro a ele sem olhar para os lados. Não sabia disso no momento mas enquanto atravessava, minha verdadeira história começava.

Eu já o conhecia há anos mas de pouca coisa me lembrava. Ele sabia apenas que eu era a comadre de sua mãe e que muitos anos antes eu fora objeto de seu desejo. Disso eu não sabia.

Na casa de minha comadre consegui um pouco de paz e os poucos dias que passei lá modificaram meu destino para sempre. Já no segundo dia eu e Marques (o filho dela) conversávamos como se fôssemos amigos de infância. Laços fortes e intrigantes nos uniram desde o primeiro dia e eu me perguntava como poderia me sentir tão próxima de quem mal conhecia.

Mas lá dentro algo me contradizia. Era como se eu já o conhecesse há muito tempo, quando meus olhos mergulhavam nos seus eu sentia uma familiaridade estranha e ele sentia o mesmo. Em três dias já éramos inseparáveis. Nossos papos se arrastavam pelo dia e pela tarde afora e depois pela noite adentro.

A idéia de mudar-me para Diadema instalou-se em minha mente, e a despeito de minha comadre achá-la absurda assim que pensei nisso as coisas deram tão certo que só me faltava dizer "estava escrito".

Depois de uma semana em Diadema voltei para Pacaembu e por 40 dias as notícias do outro rapaz eram as mesmas. Estava em coma. E enquanto ele dormia eu e Marques nos falávamos por telefone e celular quase todo dia, e a amizade virou paixão. Decidi vir a Diadema visitá-lo, aproveitando que teria uma entrevista de emprego em uma escola daqui. A entrevista deu super certo e revê-lo só fez crescer em mim a certeza de que fazia a coisa certa.

Estávamos contando os dias que faltavam para que eu me mudasse para Diadema e que pudéssemos viver nossa paixão. Aos poucos eu mais e mais me convencia de que ele era o homem por quem eu havia esperado durante toda a minha vida. Menos de um mês para a concretização do sonho de uma vida inteira e quando eu já nem esperava, aconteceu: o rapaz que me dera o bolo acordou do coma e entrou em contato comigo.

Essa postagem continua em: Libertando as amarras
(Zailda Coirano)



assinatura

Gostou do blog? Recomende e volte sempre!
Contato

Ratings by outbrain

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails