sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

A História do Espiritismo

Vale a pena ler para conhecer um pouco melhor o espiritismo, sua origem e disseminação. Para ler sobre a história do espiritismo, clique no link abaixo.

A História do Espiritismo

A prece

(Livro dos Espíritos - Allan Kardec)

Pergunta 658. Agrada a Deus a prece?

"A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, pois, para Ele, a intenção é tudo. Assim, preferível Lhe é a prece do íntimo à prece lida, por muito bela que seja, se for lida mais com os lábios do que com o coração. Agrada-Lhe a prece, quando dita com fé, com fervor e sinceridade. Mas, não creias que O toque a do homem fútil, orgulhoso e egoísta, a menos que signifique, de sua parte, um ato de sincero arrependimento e de verdadeira humildade."

Pergunta 659. Qual o caráter geral da prece?

"A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar Nele; é aproximar-se Dele; é pôr-se em comunicação com Ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer."

Pergunta 660. A prece torna melhor o homem?

"Sim, porquanto aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade."
a) - Como é que certas pessoas, que oram muito, são, não obstante, de mau caráter, ciosas, invejosas, impertinentes, carentes de benevolência e de indulgência e até, algumas vezes, viciosas?
"O essencial não é orar muito, mas orar bem. Essas pessoas supõem que todo o mérito está na longura da prece e fecham os olhos para os seus próprios defeitos. Fazem da prece uma ocupação, um emprego do tempo, nunca, porém, um estudo de si mesmas. A ineficácia, em tais casos, não é do remédio, sim da maneira por que o aplicam."

Doutrina Espírita - Kardec

Muito bom esse portal para divulgação da doutrina espírita. Qualquer pessoa que queira saber mais sobre o assunto, é só clicar no link abaixo.

Lá encontrei poesias, frases psicografadas, de tudo um pouco para reflexão e ensinamento. Vale a pena conhecer.

(zailda mendes)

Doutrina Espírita - Kardec

Fotos de pinturas mediúnicas sendo feitas através do médium Rogério Silva

 

Imagem do médium enquanto pintava

Foto da pintura pronta

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Um presente vindo do Além

Desde os 13 anos eu tive o ardente desejo de adotar uma criança. Esse desejo é incomum numa pessoa dessa idade, mas o meu era tão forte que aos 15 anos pedi de presente de aniversário um livro caríssimo do Doutor Rinaldo de Lamare sobre como cuidar de bebês.

Esse desejo sempre ficou lá no fundo, recalcado, e mesmo depois que me casei e tive meus próprios filhos ele permaneceu lá dentro, em algum canto. Infelizmente eu sendo casada precisava de um co-autor para realizar meu desejo, e meus ex-maridos sempre foram completamente avessos a essa idéia.

João não era excessão e mais de uma vez debatemos o assunto, sem que ele arredasse pé nem um milímetro de sua convicção de não concordar com a adoção.

Morávamos ao lado do fórum e uma tarde estávamos sentados na varanda quando de repente, assim do nada eu sugeri pela milésima vez:

- Por quê não adotamos uma criança?

E qual não foi minha surpresa quando ele simplesmente disse que sim. Sugeri que nos trocássemos e fôssemos ao fórum imediatamente entrar com um pedido de adoção. Eu tinha pressa, imaginava que ele mudaria de idéia depois e não entendia porque ele estava concordando agora. Mas ele topou. Fomos até o fórum e registramos formalmente nosso pedido de adoção, e para minha surpresa o João jamais mudou de idéia.

Esperamos quase 3 anos pela criança e então a encarregada no fórum entrou de férias, a Neide foi substituí-la e encontrou nosso pedido, esquecido em uma gaveta. Imediatamente ela entrou em contato conosco para saber se ainda queríamos a criança, eu e o João respondemos que sim. Um mês depois recebi um telefonema, havia um bebê para adoção, mas na hora disse que não.

Mais umas semanas se passaram e recebi um outro telefonema, dizendo que havia um menino de 2 anos para adoção. Na hora meu coração me disse "é esse" e eu respondi que estava indo buscá-lo. A assistente social estranhou, perguntou se não queríamos vê-lo primeiro. Não, não queríamos. Iríamos ao fórum buscar a "nossa" criança.

Fiquei no fórum ansiosa para que ele chegasse logo, e assim que o vi a certeza tornou-se mais forte. Era ele.

Ao chegar em casa meus outros filhos o receberam com mais ou menos entusiasmo e ele foi adaptando-se à nossa vida. Alguns dias depois decidimos que não o chamaríamos por seu nome, que era muito feio, e ficamos na sala tentando achar outro nome pra ele. Era difícil chegar a um acordo porque cada nome sugerido era logo descartado por um de nós. Até que chegamos a uma unanimidade: ele iria chamar-se Alan.

Dias depois tive entrevista com o advogado que trataria da adoção, e ele me disse que estava muito impressionado com o caso. Fazendo as contas na ponta do lápis chegamos à conclusão que o Alan havia sido gerado no dia em que eu e meu marido tivemos aquela idéia de ir ao fórum, porque a adoção demorou 2 anos e 11 meses, ele chegou em casa com 2 anos e 2 meses.

O advogado perguntou-me quem havia sugerido o nome "Alan", mas nós mesmos já nos havíamos perguntado isso. Todos concordamos com o nome mas na verdade NENHUM DE NÓS O SUGERIU. Cada um de nós pensava que o outro havia sugerido esse nome, e o mais engraçado é que até aquele dia nenhum de nós achava esse nome bonito, o que reforça a idéia de que não o sugeriríamos.

Quando expliquei isso ao advogado (que é espírita) ele perguntou-me se eu sabia o que significava o nome "Alan". Eu lhe disse que não fazia idéia, mas quando ele me disse o significado muita coisa ficou clara.

- Alan - disse-me ele, sério - significa "um presente vindo do Além".

(por Zailda Mendes)

Eles estão entre nós

Dona de algumas habilidades que não entendo completamente e nem quis jamais desenvolver, já vi e conversei com pessoas que depois vim a perceber que não pertencem mais a esse mundo. É claro que você pode perfeitamente não acreditar nisso e talvez até me julgar louca ou vítima de alucinações. Devo esclarecer que jamais foi diagnosticado em mim qualquer distúrbio que levasse a ver coisas. E isso posso afirmar porque já fiz psicanálise e fui examinada por médicos e um psiquiatra, o que nem todos podem alegar a seu próprio respeito. Portanto a minha saúde mental não é apenas presumida, mas devidamente comprovada por profissionais da área.

Imagino que se vejo pessoas que já não têm mais o corpo carnal, elas de alguma forma e por algum motivo se materializam para que eu as veja. São tão reais que é muito comum que eu não faça distinção entre as vivas e as mortas, posso vê-las tão claramente quanto vejo meus vizinhos.

Quando vejo estranhos ou estou em um lugar com muitas pessoas eu não faço idéia de quais pertencem a este mundo ou não. Assim falando você pode ter a impressão de que eu vejo mortos o tempo todo, mas não é bem assim. O que sei é que para mim eles estão bem vivos, tanto quanto estiveram um dia. A diferença agora é que nem todos podem vê-los. E não é muito frequente esse tipo de aparição, devem vir com algum propósito mas na maioria das vezes eu não faço idéia de qual seja.

Imagino até que alguns deles nem sequer tenham a consciência de que já não pertencem a esse mundo e por isso mesmo estão ali, agindo normalmente quanto qualquer (ainda) mortal. E não agem como em filmes de terror (de que, aliás, eu gosto muito), estão sempre com roupas normais e como já disse, agem normalmente. Não voam, não levitam. Apenas algumas vezes desaparecem.

O fato de poder ver essas pessoas aumenta ainda mais a minha crença em uma vida depois dessa, pois se tenho frente aos meus olhos a prova disso...

Não quero aqui vangloriar-me ou mostrar qualquer orgulho quanto a essa capacidade, muito pelo contrário: esse é um talento do qual eu abriria mão de bom grado, pois nem sempre é agradável ver pessoas que eu sei que já se foram deste mundo, e isso você bem pode imaginar. Isso é apenas algo com que tive que me acostumar a conviver, e se hoje o faço com tranquilidade é graças ao apoio e às explicações de muitos amigos, estes sim, pessoas altamente gabaritadas e instruídas sobre os assuntos espirituais.

Se você ou alguém que você conhece tem qualquer capacidade paranormal o que aconselho é considerar isso como um dom que Deus não dá a todos e que deve servir de ferramenta para ajudar as pessoas ao seu redor a viver melhor e aperfeiçoar-se cada vez mais.

(por Zailda Mendes)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

O que é o melhor

Da primeira vez que fui ao centro espírita de Pacaembu fui muito bem recebida e ouvi lá um caso contado pela Bel do qual me lembro até hoje, mesmo tantos anos passados, porque me fez refletir muito. Como sempre acontece, o que ouvimos quando vamos ao centro parece nos caber como uma luva, é exatamente o que precisamos ouvir naquele momento.

Segundo o caso narrado pela Bel, a mulher tinha um filho que vivia na cama. Ela tinha que alimentá-lo e banhá-lo todos os dias e todas as noites em suas orações ela pedia a Deus que trouxesse a cura a seu filho amado. Os anos iam se passando e ela sempre cuidando do filho e pedindo a Deus que o curasse, seu desespero aumentando à medida que os anos iam passando.

De tanto ouvir suas preces, um dia um anjo intercedeu por ela junto ao Criador, e esse concedeu a cura ao rapaz. A partir desse dia o rapaz começou a melhorar a olhos vistos: em 1 mês ia com a mãe, orgulhosa, ao centro espírita e em 6 meses já foi andando. Em um ano ele a esbofeteava dos dois lados do rosto.

Envolveu-se em más companhias, drogou-se, não queria saber de trabalhar e sobretudo tratava com sumo desprezo e crueldade aquela que tanto fizera por ele. Em 2 anos estava preso e sua mãe chorava todas as noites de arrependimento por ter pedido ao Senhor que curasse seu filho. E tanto chorou que uma dessas noites em que chorava, desesperada, entre suas orações, o anjo que intercedera por ela lhe apareceu.

- Que queres, mulher? - perguntou o anjo - Pois se já não tiveste teu desejo satisfeito?

E ela em prantos pediu ao anjo que tirasse seu filho da cadeia e o devolvesse aos seus braços.

- Seu filho tinha sido um malfeitor em vidas passadas, foi confiado a ti na forma de um quase vegetal para que aprendesse, evoluísse e se purificasse. Esperava assim o Senhor poupar-lhe sucessivas encarnações de vício e degradação. Foste escolhida para dele cuidar por ser uma alma piedosa e evoluída. Seu pedido foi atendido mas isso custou a seu filho muitas outras reencarnações de expiação até que possa chegar ao estágio em que já estaria se estivesse ainda na cama. Novamente ele lhe será confiado, cuida dele como uma missão que recebeste de Deus.

E assim foi. Em um mês o rapaz estava novamente na cama como um completo vegetal e sua mãe dedicou o resto de seus dias a cuidar dele sem, contudo, nunca mais reclamar de sua sorte.

(por Zailda Mendes)

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

A despedida de um anjo

DSC01908

Guilherme era uma criança linda e inteligente. Sua mãe trabalhava comigo e se fecho os olhos ainda o vejo chegando à escola, sorridente, para dar um beijo na mãe.

- Ainda vou estudar aqui, Zailda - ele sempre me dizia.

Infelizmente isso não estava nos planos do Criador. Na época eu morava no interior, em Pacaembu e ele em Junqueirópolis. Mudaram-se para São Paulo e quando soube da notícia da morte do Guilherme não pude acreditar. Não o Guilherme, aquela criança tão cheia de vida.

Entendemos a morte dos velhos e doentes mas custamos a aceitar mortes que para nós são precoces. O que nos conforta, no entanto, é saber que cada um de nós tem um tempo certo para ficar aqui e uma missão a cumprir.

Guilherme com certeza também tinha a sua, e se esta foi a de trazer-nos alegria e nos encantar com sua vivacidade certamente a cumpriu. Sempre que o via - e o via quase todos os dias - estava sorridente, tranquilo. Certamente Deus o amava muito para dar-lhe uma vida curta e serena.

Até há poucos dias eu não havia ainda conversado com Andréa (mãe de Guilherme) sobre esse assunto. Ela me contou de sua dor, e mesmo sendo mãe e tendo passado por uma situação semelhante (com final diferente) tenho dificuldade para avaliar sua dor, mas a imagino imensa, impensável, inimaginável.

Perdemos os pais e somos órfãos, perdemos o marido e somos viúvas, perdemos o filho e não somos nada. Nem um nome sequer pode definir a dor suprema de perder a carne que saiu de nosso ventre, a criatura que geramos, acalentamos, alimentamos e que é o bem mais precioso que Deus pode nos dar.

Eu desconhecia os detalhes sobre a morte de Guilherme, que ela me manda numa mensagem que aqui transcrevo na íntegra.

MENSAGEM DE ANDRÉA

No dia 25/07/2005 o Guilherme estava voltando de férias (da escola) da casa da minha mãe, vinha de carona com a minha sobrinha e o namorado dela, por sinal um rapaz super responsavel, ele ia levar o Gui até a casa dele que fica em Americana e o Jorge ia buscá-lo na Segunda-feira já que por "coincidência" ele tinha uma visita marcada na Segunda-feira lá em Americana.

Eu estava em casa assistindo um programa do Datena que passava aos domingos á noite e estava passando uma reportagem sobre crianças com Síndrome de Down, não sei o motivo, más estas crianças especiais de uma certa forma mexem comigo e muito. Não consigo ver uma criança Down sem me aproximar, tocar, é muito interessante este afeto que sinto.

De repente o telefone toca, o Jorge ainda disse: atende que é o Gui avisando que já chegou na casa do Osmair, era minha cunhada aos prantos dizendo que havia recebido um telefonema do Posto de Saúde de Piracicada dizendo que a Simone (minha sobrinha) havia sofrido um acidente e estava lá internada, na hora me veio a imagem do Gui á cabeça, minha cunhada não sabia dizer sobre ele, mas eu pensei que ele estivesse lá sentado em um banco do lado de algum guarda de plantão esperando eu chegar, foi esta a imagem que me veio a mente, o que já me deixou muito apavorada pensando em como ele estaria apavorado, com medo, esperando que eu chegasse logo.

Pegamos o carro e fomos para a casa da minha cunhada buscá-la para irmos para Piracicaba, no meio do caminho me deu um nó na garganta, resolvi ligar para a Nicinha (minha cunhada) e pedi o nº do Posto de Saúde que a Simone estava, ela me deu, liguei lá para saber notícias do Gui, ou para ver se conseguia falar com ele, dizer que já estava chegando...a recepcionista me deu a pior notícia que eu podia receber naquela noite, pediu para eu ligar para a Santa Casa de Piracicaba pq o Gui havia sido transferido para lá, fiquei sem chão, não conseguia raciocinar, mas graças a deus eu tinha o Jorge ao meu lado, nesta hora ele foi mais racional até pq ele tinha que estar mais calmo, para poder dirigir, então ele ligou para a Santa Casa, se identificou como o pai do Gui, eu só consegui ouvir na hora que ele perguntou..."Tomografia?".

Dá pra imaginar meu desespero? Pensando que o Gui estava bem e do nada fico sabendo que ele estava fazendo uma tomografia.

Foi o pior caminho da minha vida, era uma eternidade, não chegava nunca, pegamos a Nicinha com o marido e fomos para Piracicaba, eu não conseguia me conter, chorei o caminho todo, não falava uma palavra, só rezando e pedindo pra Deus não levar o meu filho.

Qdo chegamos acredito eu por volta de umas 22:30hrs, fomos direto para o Posto de Saúde até para podermos pegar o endereço da Santa Casa, o Osmair estava em estado de choque, pq ele foi o único que ficou consciente, então eu imagino o medo dele qdo eu e o Jorge chegasse, ele não sabia qual seria nossa reação, minha primeira atitude foi abraçá-lo bem forte e dizer muito obrigada por ele Ter socorrido o Gui, a reação do Jorge foi a mesma, sabe, mesmo estando super aflitos com o que iriamos saber sobre o Gui, conseguimos força e tranquilidade para acalmar o Osmair.

O que me assustava muito era a reação dele, ele não conseguia se controlar, foi muito forte o acidente, o que ele presenciou não deve Ter sido nada fácil de ver e isto me preocupava. Minha sobrinha estava com o rosto todo cortado pelos cacos do vidro, devido a batida do carro com o cavalo, qdo o cavalo atravessou a pista, meu sobrinho não viu, então qdo ele foi perceber, o carro já estava em cima, ele tentou desviar mas ainda pegou a traseira do cavalo no para choque do carro, parte do passageiro, foi uma pancada muito forte, os vidros vieram todos no rosto da Simone, uns 40min antes do acidente, o Gui havia perguntado se faltava muito para chegar, meu sobrinho avisou que eram uns 40min, ele disse: então vou dormir um pouco, na hora do acidente ele estava dormindo no banco de trás, com a pancada, ele bateu a cabeça no banco do motorista, chegando a entortar o banco, de uma tal forma que os bombeiros na hora dos socorros não conseguiam deitar o banco do carro para Ter acesso á ele, tiveram que entrar pelo bagageiro para poder retirar o Gui do carro, o único conciente era o Osmair, a Simone estava desmaiada, e o Gui em coma.

Ele deu entrada na Santa Casa em coma com traumatismo craniâno, o médico disse para nós depois que o quadro que ele chegou era já de quase morto, eles usam uma escala para avaliar o grau de evolução do paciente, é uma escala de 3 á 15, o Gui chegou no quadro 3, que pra eles é quase morto.

Cheguei na Santa Casa, me identifiquei como mãe do Guilherme, preenchi uma ficha e fiquei aguardando para vê-lo, foi uma eternidade, qdo o médico me chamou, veio uma sensação de medo e angústia, não sabia o que eu ia ver atrás daquela porta, ele logo foi explicando, antes de eu entrar que não era para eu me impressionar com o que ia ver, pq o "inchaço" era normal.

Zailda, vc não tem noção do choque que eu levei, qdo entrei na UTI e vi o Gui todo entubado, o rosto dele virou uma bola, do pescoço para baixo não tinha um arranhão, mas á cabeça, estava todo inchado, passei mal, tive que sentar, as enfermeiras vieram medir minha pressão, estava com a pressão baixa, me deram remédios, e me prepararam que o quadro dele era muito sério.

Qdo entrei que falei boa noite para uma enfermeira que estava do lado dele, o coração dele disparou, começou fazer aquele barulho forte e rápido, ele sabia que eu estava lá.

Bom aí começou meu pesadelo, não sabia o que fazer, pra onde ir.

O Gui ficou uma semana em coma, do mesmo jeito, minha mãe estava no interior, aí ela resolveu vir para Piracicaba, na noite anterior na Sexta-feira, eu fui visitá-lo, (eu ia todos os dias, de manhã e a noite,) eu percebi que ele estava diferente, parecia que estava dormindo mais profundo...Na manhã do Sábado, acordei com aquela imagem na cabeça, resolvi ir á uma igreja lá perto da casa do Osmair (eu estava ficando na casa dele, e o pior, toda vez q ia ao hospital, passava na frente de onde foi o acidente....) qdo cheguei na igreja fui até o santíssimo e naquele momento tive uma vontade muito forte de chorar e dizer que á partir daquele momento eu não ia rezar mais para pedir que o Gui ficasse comigo e sim pedir para deus fazer o que fosse melhor para ele e não para mim, percebi que eu estava sendo egoísta em querer o Guilherme comigo mesmo sabendo que seria em estado vegetativo não teria outra forma dele viver que não fosse esta, em momento algum eu pensei se ele queria viver desta forma, se ele estaria feliz vivendo em cima de uma cama vegetando, um menino que sempre brincou, jogou bola, vc lembra como ele era ativo.

O padre nos chamou para conversar, Zailda eu sentia como se estivesse conversando com deus, sabe aquela angústia da semana toda, tentando ser forte, pensamento positivo, toda aquela pressão....desabei....chorei muito, me aliviei...ele deu muito conselho e disse que iria lá no hospital ver o Gui, conversou bastante com o Jorge, que foi outro de desmontou....era muita pressão sabe, era tudo muito louco. Qdo o Jorge saiu da sala dele, eu já tinha conversado com ele, ele chamou um de cada vez, eu ouvia o choro do Jorge do lado de fora, o padre veio e me disse este homem te ama muito não se esqueça disto.

Fomos embora sabendo que o padre iria lá ver o Gui, mais tarde voltaríamos para ouvir o que ele tinha para dizer.

Fui para o Hospital mais cedo um pouco, pq minha mãe ia chegar, ela ia direto para lá, minha mãe chegou em cima da hora da visita, qdo cheguei no local onde entravam as visitas e dei o nome do paciente, o guarda disse que o médico pediu para entrar somente os pais, pq ele precisava falar conosco, gelei, qdo cheguei no quarto, o Gui estava lá com a mesma imagem de que eu havia deixado na Sexta á noite, não era a que eu estava acostumada a ver no decorrer da semana, o médico chegou, veio da casa dele só para conversar com os pais do Guilherme, e nos deu a notícia de que havia dado morte cerebral, não tinha mais o que ser feito.

Zailda meu mundo acabou, não conseguia administrar direito esta notícia, fiquei sem rumo, o médico perguntou se tinha mais alguém que eu gostaria que visse o Gui, então falei da minha mãe que havia acabado de chegar, e eu gostaria que ela entrasse, então ela veio até o quarto, até então ela não sabia ainda do que acabara de acontecer, só que pelo meu estado emocional e do Jorge, ela percebeu que algo tinha acontecido, então o médico disse á ela. Você consegue entender que o Gui só estava esperando minha mãe chegar para ir embora pro céu? E que para que isto acontecesse ele tinha que Ter a minha permissão, qdo eu o entreguei para Deus dizendo: Senhor faça do Guilherme o que for melhor para ele, hoje estou colocando meu filho em sua mão, estou devolvendo ao senhor o que é seu.

Zailda era o que o Gui estava esperando para ir embora.

A GRAVIDEZ

Foi numa madrugada de Sábado, "sonhei" com o Gui, ele estava chegando em casa, todo lindo, saudável, eu abraçei ele com aquele sentimento de alívio sabe como se todo o sofrimento tivesse acabado, como se tudo não passasse de um pesadelo e eu estava acabando de acordar, era um abraço de saudade de mãe mesmo, ele me disse sem eu perguntar nada: Mãe eu estou bem, eu estou feliz.....Eu segurei na mão dele e levei ele até o Jorge que estava na cozinha, e disse Jorge aproveita esta oportunidade e fala para o Gui o qto vc gosta dele, eles se abraçaram e o Jorge chorava muito, e o Gui sempre com aquela fisionomia serena, tranquila.....

No Domingo de manhã, o Jorge estava lá em baixo (eu moro em apartamento) na garagem fazendo umas reformas, eu fui lá e contei pra ele do sonho, ele pensou: a Andréa vai engravidar, o Gui veio dizer que estamos prontos.

Naquele Domingo era para vir minha menstruação, só que estava só aquela sujeirinha bem leve, eu pensei....Eu estou grávida....O Gui veio me dar esta notícia.

E assim foi, passaram uns 10 dias procurei a médica, a princípio eu não estava grávida, fiz um exame de gravidez deu negativo, só que minha menstruação nada, ela me passou um remédio para menstruar, tomei o remédio e nada, ela pediu outro exame de gravidez, para minha surpresa deu positivo....sabe que dia foi este? Dia 23/11/2007 no dia do aniversário do Gui.

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Querida Andréa:

Com certeza o fato de ter recebido a notícia da gravidez no dia do aniversário do Guilherme não foi coincidência, porque estas não existem. Deve ter sido uma forma de Deus lhe dizer que levou o anjo que havia lhe confiado por estar finda sua missão na terra, mas que tem outro tesouro a lhe confiar.

Não sei porque sempre que penso em seu bebê que está pra chegar, sempre imagino uma menina, e tenho certeza que ela (ou ele) trará a você e ao Jorge muitas e muitas alegrias, e que lhes dará um novo sentido à vida.

Beijos

(por Zailda Mendes)

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